Folha de S. Paulo
Enquanto a extrema-direita não for reduzida
a meme, cabe aos democratas assegurarem a Constituição
Se o próximo governo não der continuidade
ao que foi feito na eleição, Bolsonaro (ou uma versão turbinada do projeto de
ditador) volta. É bom o eleitorado entender que serão pelos menos mais quatro
anos, e depois mais quatro, de "ninguém solta a mão de ninguém". Isso
para quem sabe, talvez, tomara, o país consiga se livrar da fascistada que saiu
do armário.
Foram dois milhões de votos de diferença. É nada. Ainda não destravei a mandíbula graças ao bruxismo exacerbado das últimas semanas. Não consigo rir dos aloprados que seguem a cartilha Steve Bannon e acreditam viver uma "primavera brasileira", e asseguro que não se trata do desalinhamento do meu maxilar.
A eleição acabou, mas não a ameaça
autoritária, e a alternativa ao pessoal do surto coletivo é que o grupo que se
uniu continue lado a lado, mesmo que seja preciso fingir que não se odeia. Não
foi Lula quem ganhou o pleito, foi a frente ampla. Muita gente não vai gostar
de ler isso, mas é a realidade. O que significa que o governo que se desenha é
o da frente ampla, com Lula à frente, mas rodeado de gente de
todo o espectro político.
Não adianta torcer o nariz para Gleisi Hoffmann e Aloizio Mercadante. Vieram no pacote do voto antibolsonaro.
Assim como o eleitor raiz do PT terá que se acostumar a ver liberais como Persio Arida e André Lara na economia, ou nomes
da direita "golpista", como Simone Tebet. Mais importante do que só na equipe de
transição, durante os próximos anos. Enquanto a extrema-direita não for
reduzida a meme, cabe aos democratas garantirem que valha a Constituição.
Claro que não havia outro nome capaz de
derrotar Bolsonaro, além de Lula. É dele grande parte do mérito, o carisma, a
habilidade política, mas ficou evidente que se não fosse a união em torno do
petista, quem teria se jogado em frente a um caminhão, seria a outra metade do
país. Melhor que se jogue na frente ampla.
É tudo o que o país precisa da Frente Ampla. Democracia, arroz, feijão, saúde e educação.
ResponderExcluirDepois que Bolsonaro cair fora da presidência e for encarcerado, isto começa a acontecer naturalmente.
ResponderExcluirA frente ampla venceu,graças a Deus,o País precisa de pacificação.
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