O Globo
Bolsonaristas sentiram-se abandonados e
reagiram à presença de Eduardo Bolsonaro no Catar
A revolta que a aparição do deputado
Eduardo Bolsonaro no jogo do Brasil contra a Suíça na Copa do Mundo do Catar
provocou em bolsonaristas nas redes sociais mostra bem o clima delirante em que
se envolvem os que buscam um “terceiro turno” da eleição presidencial,
acampando em torno de quartéis, reivindicando uma intervenção militar para
evitar a posse do presidente eleito Lula em 1º de janeiro. Sentiram-se
abandonados pelo filho Zero Três de Bolsonaro, entendendo que ele estar
vibrando com o futebol do Brasil no Catar é sinal de que nada acontecerá no
país nos próximos dias. Mas é preciso que esses lunáticos parem de agir como
guerrilheiros, perseguindo seus supostos inimigos pelo mundo afora.
O que aconteceu no Catar com um dos maiores ícones da cultura brasileira, Gilberto Gil, é repugnante. Mais perigoso ainda é justificar a perseguição política como se ela nada significasse. O empresário de Volta Redonda Ranier Felipe dos Santos Lemache admitiu que fazia parte do grupo que assediou moralmente Gil e sua mulher, Flora, mas negou tê-lo xingado.
Ele não entende (ou finge não entender) que perseguir uma pessoa para criticá-la ou xingá-la em locais públicos ou privados é crime, pois todos têm o direito de pensar e agir como quiserem sem ser perseguidos ou moralmente atacados. É preciso desnaturalizar essas atitudes, pois a vida em sociedade pressupõe a convivência entre contrários. A liberdade de expressão não permite ataques e acusações levianas, que devem ser reparadas na Justiça.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), a
propósito da agressão a Gil, disse que apresentará uma Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) para tipificar a intolerância e crimes contra o Estado
Democrático de Direito. Ele citou outros casos de assédio moral acontecidos
recentemente, como ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ao
senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) no Egito e ao ex-presidente da Câmara dos
Deputados Rodrigo Maia num resort turístico.
Deveria ter citado também os ataques feitos
à atriz Regina Duarte, ex-secretária de Cultura de Bolsonaro, praticamente
expulsa de um teatro em São Paulo aos gritos de “Fora, Bolsonaro”. Também o
deputado federal Kim Kataguiri, do União Brasil, principal liderança do
Movimento Brasil Livre (MBL), foi impedido de participar de uma palestra na
Universidade Federal de São Paulo na última sexta-feira, agredido e expulso do
recinto por militantes de esquerda.
Em tempos de Copa do Mundo, o futebol não
poderia deixar de ser palco desses extremismos. O bolsonarista Neymar,
principal jogador da seleção brasileira, sofreu uma contusão séria no tornozelo
direito e teve de ser substituído. Sua desdita foi comemorada por petistas, e a
presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse um “já vai tarde”, aos berros. Houve
também quem sugerisse que torcêssemos contra a seleção brasileira para não dar
ao presidente Bolsonaro a chance de usar uma eventual vitória da seleção. Ou
que ninguém usasse a camisa amarela, pois tornara-se um símbolo bolsonarista.
Bem fez o presidente eleito Lula ao
incentivar o uso dela e dos símbolos nacionais como a bandeira, na comemoração
futebolística, como sempre aconteceu. Além do mais, é ridículo tentar torcer a
tendência natural de vibrar com a vitória da seleção devido a rivalidades
políticas. Nem mesmo durante a ditadura militar, quando as razões políticas
eram mais graves, foi possível boicotar a seleção que se tornou tricampeã do
mundo em 1970 no México.
O futebol sempre foi usado por governantes,
especialmente ditadores ou autocratas, como soft power político, por isso
governos como os do Catar ou da Rússia, em 2018, quiseram sediar a Copa do
Mundo. Resultados do futebol no Brasil servem para eleger jogadores, como o
senador Romário, mas não ajudam o governo de turno. Mesmo na ditadura, os
governantes se dobraram à tentação de tentar tirar proveito da seleção: Médici,
que gostava realmente de futebol, interferiu para que Dario fosse convocado e
Saldanha deixasse de ser o técnico do time vitorioso de 1970, e Geisel, que não
gostava, tentou convencer Pelé a voltar à seleção em 1974.
Em 1994, com direito a cambalhota de
Vampeta na rampa do Palácio do Planalto e beijo de Fernando Henrique Cardoso na
taça, o Plano Real teve muito mais a ver com sua eleição que a vitória nos EUA.
Em 1998, mesmo com derrota na Copa, o Plano Real voltou a ser o responsável
pela reeleição. Em 2002, o time de Felipão trouxe o penta, mas José Serra,
candidato governista, perdeu para Lula. De lá para cá, nem mesmo a derrota em
casa em 2014, com a humilhação dos 7 a 1 e tudo, impediu que a então presidente
Dilma fosse vitoriosa. Lula se reelegeu em 2006 e elegeu Dilma em 2010, apesar
das derrotas brasileiras.
Você está na folha de pagamento da turma , quanto você ganhou pra participar daquela Presepada que Dória armou em Nova Iorque o pessoal fala mal do Brasil?
ResponderExcluirO ladrão não sobe a rampa
O ladrão não estará presente na posse do LULA. O genocida é covarde.
ExcluirA propósito. O gado voltou. Cansou de usar banheiro químico unisex enquanto o bananinha fica no luxo.
Cê, viu, gado, como o bolsonaro bananinha tava muuuuuuuuuuuuuito feliz? Ah, vá, cê viu. Admita.
MALANDRO É MALANDRO
MANÉ É MANÉ
Pode crer q é...
Neymar 'CINDERELA'!
ResponderExcluir(tornozelo de viro... 'Era vidro e se quebrou...'
Em 2002 o Brasil ganhou a copa e o Lula foi eleito,em 2022 lula foi eleito-novamente e o Brasil pode repetir a dose.
ResponderExcluirNão sabia do episódio envolvendo Regina Duarte,apesar de ela estar do lado errado,ninguém tem o direito de ofendê-la em público.
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