Progeb
Enquanto o novo presidente eleito é saudado
e recebido com honras de chefe de Estado pelo mundo, mantendo encontro com
autoridades de outros países e recuperando a imagem do país no exterior, por cá
os baderneiros continuam suas ações provocativas, ocupando estradas e acampando
em frente dos quarteis que se mantêm coniventes com os criminosos. Nossa
previsão feita em Análise anterior confirma-se
integralmente. Teremos um resto de ano muito tumultuado. Vazaram até
mensagens do ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União, com uma
pregação abertamente golpista, anunciando com entusiasmo o golpe que será dado
pelas forças armadas muito em breve.
Apesar de todo este ruído as ações para a transição do governo continuam igualmente tumultuadas. A cada afirmação mais ousada do Lula em defesa das medidas sociais, salta o “mercado” babando sangue e provocando altas do dólar, queda nas bolsas de valores e alta nos juros futuros. É o maior berreiro chegando a provocar uma tosca carta dos três famosos economistas que apoiaram a campanha, Pedro Malan, Armínio Fraga e Pérsio Arida, com críticas ao novo presidente. É um primeiro sintoma do racha do frentão que se formou em torno do Lula para derrubar a aberração que se apossou do país e restaurar a democracia.
Enquanto o seu bando fascista urra nas ruas
clamando agora por uma “intervenção federal” Bolsonaro estimula as ações
mantendo-se silencioso, usando como justificativa uma “pereba na canela” que
lhe dificulta os movimentos. A milicada, segundo Augusto Nardes,
segue conspirando nas trevas. Vivemos sob grande tensão alimentada pela nova
ação do Valdemar da Costa Neto com um pedido de anulação de milhares de urnas
que ele considera suspeitas. Por enquanto o STF e o TSE são os grandes
guardiões da legalidade destacando-se o ministro Alexandre de Moraes. As
figuras dos presidentes da Câmara e do Senado seguem com suas posições covardes
e vacilantes no comando de um poder legislativo corrupto e reacionário, em sua
maioria, e que deve piorar na nova legislatura. Torna-se difícil um acordo para
a aprovação da PEC do orçamento capaz de criar as condições mínimas para o
início do governo em 2023.
No mundo a Copa ofuscou todas as desgraças
e mesmo as demências do fantoche Zelensky, travestido de presidente da Ucrânia,
não despertam mais atenção. O caso do míssil caído na Polônia, que provocou
acusações histéricas do palhaço e o pedido de convocação da OTAN em caráter de
urgência para uma guerra total contra a Rússia, foi desmoralizado pelos
próprios aliados que descobriram a fraude: o míssil era ucraniano. Também não
causou surpresa a descoberta que as explosões nos gasodutos russos Nord Stream
1 e 2 foram atos de sabotagem, ainda não se sabe de quem. Enquanto isso, a
recessão avança na União Europeia preocupando as populações, o que já é
admitido por todos. Aumenta a inflação, desorganizam-se as cadeias de valor e o
comércio, e paradoxalmente, os Bancos Centrais sobem dos juros, o que contribui
para aprofundar a crise. Aqui nesta coluna temos seguidamente alertado para
estes fenômenos que agravam as nossas próprias dificuldades.
Nos países desenvolvidos os governos
continuam com sua política suicida de esconder a realidade e mantêm os gastos
de milhões de dólares na aventura belicista patrocinada pelos EUA e apoiada
pela culta Europa. No entanto, na COP 27 escusam-se dos compromissos de
contribuir para o fundo de indenização dos países mais vulneráveis que mais
sofrem com a poluição ambiental. E se não bastassem as consequências da guerra
da Ucrânia, as tensões entre os EUA e a China aumentaram, com a nova política
americana que considera a China uma importante ameaça aos EUA e pretende
estrangular a economia chinesa para impedir seu desenvolvimento tecnológico.
Com este quadro internacional tão adverso não é de se esperar qualquer recuperação da economia nacional. Some-se a isto a crescente instabilidade que vem sendo provocada pela ação do bolsonarismo que tenta criar as maiores dificuldades para a instalação do novo governo. Teremos tempos difíceis certamente.
*Professor Emérito da UFPB e Vice
Coordenador do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira
Senti um sotaque putínico nas palavras do autor... Será que estou enganado? Ou o autor partilha do mesmo sonho da grande Rússia que levou Putin a invadir a Ucrânia (comandada, nas palavras do autor, pelo "fantoche Zelensky")?
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