Folha de S. Paulo
Diversidade não se expressa somente em números e imagens, mas em programas políticos
Hoje a distribuição de cargos
governamentais é acompanhada pela cobrança de novos critérios, entre os quais,
a paridade de gênero.
O México, que há 20 anos possuía 16,6% de
mulheres na Câmara, já conta com paridade de gênero em todos os níveis. A chamada
"paridade em tudo" passou a vigorar no país após ter sido
implementada no âmbito legislativo. A partir de 2018, as mulheres, ao ocuparem
49,3% das cadeiras na Câmara e 49,2% das cadeiras no Senado, puderam pressionar
por paridade no Executivo e no Judiciário. Até mesmo organismos públicos
autônomos, entre os quais figuram o Banco do México e o Instituto Nacional de
Estatística e Geografia, passaram a ser pautados pela nova regra.
Em 2021, a Assembleia Constituinte chilena foi a primeira no mundo a contar com paridade de gênero. A fotografia do gabinete formado pelo presidente Gabriel Boric, em que aparecem 10 homens e 14 mulheres, acompanhava o novo espírito do tempo.
A diversidade, porém, não se expressa
somente em números e imagens, mas em programas políticos que possibilitem a
superação de desigualdades históricas.
Na Colômbia, liderada por Gustavo Petro e Francia Márquez, foi realizado o compromisso público em
avançar na distribuição de renda, justiça ambiental, novos acordos de paz e na
interrupção de uma fracassada guerra às drogas que já assassinou mais de 1
milhão de pessoas na América Latina em quarenta anos.
Enquanto isso, o Brasil segue a passos
lentos. Em 2022 a representatividade de mulheres na Câmara aumentou 18%, mas
elas ocupam apenas 17,7% das cadeiras. Os partidos permanecem como espaços de
amplo domínio masculino, o que se reflete no pouco poder de barganha das
mulheres na disputa por cargos e recursos.
Simone
Tebet e Marina Silva ainda não foram chamadas para compor o
governo, e o novo Ministério da Mulher, comandado por Cida Gonçalves, ao que tudo indica, terá financiamento
escasso.
*Doutora em ciência política pela USP, é
autora de "Menos Marx, Mais Mises: o Liberalismo e a Nova Direita no
Brasil" e coautora de "The Bolsonaro Paradox: the Public Sphere and
Right Wing Counterpublicity in Contemporary Brazil
Meio confusa e com erros até de concordância, a matéria parece coisa de homem...
ResponderExcluirIsto é que é paridade de gênero?
Quais foram os erros e qual é a confusão?
ResponderExcluirEu concordo com o questionamento da autora sobre a paridade, no entanto entre o desejar e a realidade nacional parece que existe um hiato que se antes de 2016 era difícil, depois do tempo da "bela, recatada e do lar" me soa forçoso. A fotografia do brasil nessss ultimos anos apontaram para a direção contrária e mais reacionária que antes. Na minha opinião não dá pra pedir muito depois de tudo que aconteceu.
ResponderExcluirO anônimo primeiro tem gens de taliban, não gosta de mulher, para discordar da sereia fica evidente.
ResponderExcluirMuito bom o artigo.
ResponderExcluirNão encontrei erros de concordância, portanto não concordo com o primeiro anônimo. A matéria parece coisa de colunista... Bem escrita e lógica!
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