Tal tarefa ainda se faz mais difícil em
razão dos partidos terem subestimado sua radicação no mundo popular que ficou
sob a influência dos pentecostais e de sua canhestra ideologia da prosperidade,
cenário agravado pela condenação por parte da hierarquia da Igreja católica da
teologia da libertação com que seus intelectuais tentavam se comunicar com os
seres subalternos. Os efeitos nefastos dessas orientações produziram uma
limpeza de terreno favorável a destituição da política e à difusão de valores
antidemocráticos nesses setores.
Tal desertificação da política, contudo,
tem remédio já conhecido, uma ida ao povo por parte de seus políticos e
intelectuais, uma medicação de uso continuado a demandar tempo na sua
aplicação. Em nossa desastrada experiência republicana já fizemos uso dessa
recomendação, e já está passando da hora o momento de aprendermos as boas
lições do nosso passado.”
*Luiz Werneck Vianna, Sociólogo, PUC-Rio. “Bons remédios não se esquecem”. Blog Democracia Política e novo Reformismo, 7/12/22.
Errata: movimentações concertadas. Agora o que tem que ser consertado é o movimento da esquerda que abandonou os favelados aos bispos do Macedo.
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