Folha de S. Paulo
Se algo acontecer a Lula na cerimônia de
posse, sabe-se desde já o nome do mandante: Bolsonaro
Ao investigar um assassinato ou tentativa
de, as autoridades partem de perguntas básicas. Quem matou? Quem mandou matar?
Por quê? Com a ajuda de quem? Pois nunca na história deste país uma cerimônia
de posse na Presidência esteve tanto sob a ameaça
de um ato de violência quanto a de Lula neste domingo (1º). E,
se de alguma forma, isso se concretizar, nunca terá sido tão fácil achar as
respostas. Todas levam o nome de Jair Bolsonaro.
Quem matou? Se um CAC anônimo e desesperado for o autor do disparo ou da colocação da bomba, o dedo no gatilho ou na banana de dinamite será o de Bolsonaro. Quem mandou matar? Por toda a pregação terrorista que praticou do primeiro dia de mandato até seu silêncio desde que perdeu a eleição, Bolsonaro será o mandante. E, se se argumentar que ele terá apenas "inspirado" o atentado, bastará levantar sua prática de governo: Bolsonaro pôs um arsenal na mão de cada seguidor, e não para ele brincar de pistoleiro em clubes de tiro ou matar tatus no mato.
O porquê é a mais fácil: uma besta-fera
como Bolsonaro não pode entregar passivamente o poder depois de barbarizar o
país por quatro anos. Precisa continuar nele para não ser enjaulado. Para isso,
a solução é insuflar no país um clima de terror que induza seus supostos
aliados, as Forças Armadas, a estuprar a democracia e impor uma medida de
força. Mas, desta vez, isso só seria crível se o terror partisse da esquerda,
como um dia aconteceu. Com que cara, hoje, um general botará as tropas na rua
para beneficiar Bolsonaro, se o terror vem confessadamente dos próprios
bolsonaristas?
Notar que um atentado
contra Lula porá também em risco os presidentes e ministros dos
países estrangeiros presentes na festa. Esses países não gostarão de vê-los
levarem um tiro ou bomba destinado a Lula.
O silêncio de Bolsonaro diante dessa ameaça
é a sua digital na coronha do fuzil.
E o pior é que contra fatos não há argumentos.
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