quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Bernardo Mello Franco: A destruição como projeto

O Globo

A Amazônia registrou o maior índice de desmatamento em dez anos. De janeiro a dezembro, a floresta perdeu 10.362 km² de mata nativa. Isso equivale a metade do território de Sergipe.

Os números foram divulgados na segunda-feira pelo Imazon. No mesmo dia, Jair Bolsonaro comemorou a redução de 80% nas multas aplicadas pelo Ibama. “Paramos de ter grandes problemas com a questão ambiental”, festejou.

O presidente transformou a devastação em política de governo. Trata a fiscalização como problema e a derrubada de árvores como solução. Sua cumplicidade com o crime ambiental é explícita. Grileiros, madeireiros e garimpeiros ilegais sabem que têm um aliado no Planalto.

A certeza da impunidade eleva a ousadia dos desmatadores. No ano passado, quase metade (47%) da destruição ocorreu em terras da União, mostram as imagens de satélite.

Elio Gaspari: O Brasil na armadilha argentina

O Globo

O andar de cima gerou o fantasma de Perón

O general Juan Domingo Perón foi deposto em 1955, e seu fantasma ainda influencia a política argentina. Dizem-se peronistas o presidente Alberto Fernández e sua vice, Cristina Kirchner, que governou de 2007 a 2015. Ela é a viúva de Néstor, presidente de 2003 a 2007. Era peronista Carlos Menem (1989-1999). O que é um peronista, não se pode saber, mas sabe-se que, desde 1955, o andar de cima argentino tentou criar alternativas a esse fantasma e fracassou. Como se cantava em Buenos Aires: Se siente / Se siente / Perón está presente.

Perón foi um ladravaz que emulou políticas sociais da época em seu primeiro governo (1946-1952). Tinha o apoio do andar de baixo, a que chamava de los descamisados. (De certa forma, fez na Argentina o que Getúlio Vargas fazia no Brasil sem roubar. Pindorama foi salva de uma perenização do “varguismo” pelo governo e pela personalidade de Juscelino Kubitschek.)

Luiz Carlos Azedo: Contagem regressiva para as federações acirra tensões partidárias

Correio Braziliense

O PT lançou candidatos onde não teria maiores dificuldades para composição, com o propósito de forçar o PSB a recuar de algumas pretensões; nos partidos de centro também há tensões.

A nova legislação eleitoral, que estabeleceu o prazo até 2 de abril para que os partidos formem federações, acirra as contradições internas e tensiona as alianças partidárias, principalmente no campo da oposição, que tem muitos candidatos. Mesmo com o favoritismo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, a federação do PT com os partidos de esquerda esbarra nos conflitos existentes com o PSB, para montagem dos palanques regionais. O PT lançou candidatos onde normalmente não teria maiores dificuldades para composição, com o simples propósito de forçar o PSB a recuar de algumas pretensões regionais e aceitar suas imposições.

Desde o início, a dança de acasalamento entre Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin alimenta as tensões entre o PT e o PSB. O ex-tucano continua cotadíssimo para ser o vice da chapa, porém isso pode vir a ocorrer por outra legenda, porque tanto o PSD, de Gilberto Kassab, quanto o Solidariedade, de Paulinho da Força, namoram Alckmin. Quando o PSB passou a exigir o apoio à candidatura do ex-governador Márcio França ao Palácio Bandeirantes para fechar a aliança, setores do PT passaram a atacar o acordo e exigir o apoio dos socialistas à candidatura do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Em troca do apoio a Lula e da indicação Alckmin para a vice, o PSB também exige apoio dos petistas em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Acre e Pernambuco.

Vinicius Torres Freire: Aumenta o risco de inflação ainda alta em 2022

Folha de S. Paulo

Petróleo em alta, quebra de safra no Brasil, luz cara e até perigo de guerra e ômicron atrapalham

safra de grãos do Brasil seria recorde. O preço do petróleo subiria apenas um pouquinho mais. Com sorte, os reservatórios das hidrelétricas encheriam ao menos a ponto de se evitar racionamento ou aumentos extras da conta de luz.

Faz uma semana, se escrevia nestas colunas que o gato da inflação começava a espiar o telhado. Agora, meros sete dias depois, o bicho começou a subir a escada.

Sabia-se que a safra de grãos não seria recorde. As notícias pioraram. O preço do milho sobe. A safra de soja vai pior do que o esperado. É seca num lugar, chuva em excesso noutro. Rações animais e óleos, pois, ficam mais caros; falta pasto. O feijão vai ficar caro.

Bruno Boghossian: Bolsonaro é um sucesso

Folha de S. Paulo

Presidente comemora promessa de campanha cumprida ao reduzir multas ambientais

Jair Bolsonaro renovou suas credenciais com grileiros, madeireiros e produtores rurais interessados em driblar o combate ao desmatamento. Num evento em Brasília, ele anunciou que o governo reduziu em 80% o registro de infrações nessa área. "Paramos de ter grandes problemas com a questão ambiental, em especial no tocante à multa", celebrou.

O presidente cumpriu uma promessa de campanha. Antes de tomar posse, Bolsonaro aproveitava viagens pelo interior e encontros com grupos do agronegócio para divulgar uma plataforma de redução da fiscalização ambiental. Ele afirmava que acabaria com a "festa" do que chamava de "indústria da multa".

Nos últimos três anos, quem fez a festa foram outros personagens. O garimpo ilegal avançou no país durante o governo Bolsonaro, com o incentivo público do capitão. No ano passado, o desmatamento da Amazônia Legal cresceu 29% e atingiu o maior nível em 14 anos, segundo dados do instituto Imazon divulgados pelo Jornal Nacional.

Maríliz Pereira Jorge: Bolsonaro no paredão

Folha de S. Paulo

Programa trouxe ao horário nobre assuntos ignorados por muito tempo

Se Jair Bolsonaro estivesse no BBB, não duraria uma semana. Aliás, ele, Marcelo Queiroga, Paulo Guedes, Mario Frias e toda essa gente desqualificada que desgoverna o país já teriam sido expulsos com rejeição máxima. Não teria centrão, não teria "com o STF, com tudo", não teria acordo para manter esse bando de embustes.

Podem desdenhar, mas a única instituição que funciona no país é o Big Brother. A casa é um raio-X da sociedade e trouxe para o horário nobre assuntos ignorados por muito tempo. Ahh, Mariliz, você vai escrever sobre BBB? Raramente, mas o programa estreou ontem e foi difícil não fazer essa analogia.

Hélio Schwartsman: Falta caridade ao debate público

Folha de S. Paulo

As pessoas preferem desenhar espantalhos em suas mentes

Princípio da caridade. O nome não é muito bom, já que evoca esmolas e favores, mas a ideia é das mais interessantes. E o que diz o princípio da caridade? Ele diz que, no curso de uma discussão intelectual, devemos conceder às declarações analisadas a mais generosa interpretação possível. Isso significa que devemos tratá-las em princípio como racionais e bem-intencionadas. Só poderemos considerá-las falaciosas e malévolas quando não houver outra leitura possível.

Se há algo em falta no debate público hoje, é o princípio da caridade. As pessoas preferem desenhar espantalhos em suas mentes e argumentar contra essa imagem a discutir o que de fato está escrito num texto. A tática funciona muito bem se o objetivo é "vencer" a discussão ou posicionar-se ideologicamente para ganhar pontos com os amigos, mas ela mata na origem a possibilidade de uma discussão intelectualmente profícua.

Fernando Exman: Uma história sobre a guerra no Senado

Valor Econômico

Governo está sem líder em área hostil e cheia de adversários

O presidente Jair Bolsonaro terminou o ano passado, começou 2022 e avança sobre o mês de janeiro sem definir quem ocupará, no Senado, uma função estratégica. A liderança do governo está vaga e, até agora, não há sinal vindo do Palácio do Planalto sobre uma definição. O mais grave problema do Executivo em relação a este tema, contudo, não é quando o seu novo representante chegará para o primeiro dia de trabalho. É como isso ocorrerá.

O Senado vem se mostrando uma Casa mais hostil ao governo do que a Câmara. Hospedou a CPI da Covid, atrapalhou planos da equipe econômica, como a reforma tributária, e nos últimos meses tornou-se área de atuação de outros três pré-candidatos à Presidência. É um terreno que merece atenção especial dos articuladores políticos do governo.

Bolsonaro ficou sem líder na última quinzena do ano, sempre um período de pauta cheia, mas pelo menos agora os trabalhos no Legislativo estão praticamente paralisados devido ao recesso parlamentar. Além disso, na ausência do titular, os vice-líderes podem executar alguma missão eventual, mesmo que sem a mesma autoridade.

Porém, do ponto de vista de quem terá pouco tempo para trabalhar antes que toda a atenção dos senadores se volte para a campanha eleitoral, seria bom contar com alguém adiantando as amarrações necessárias para acelerar a tramitação dos projetos mais urgentes e barrar eventuais pautas-bomba.

Daniel Rittner: No caminho do PL havia um Tarcísio

Valor Econômico

Candidatura do ministro da Infraestrutura ao governo de São Paulo causa estranhamento

Julho de 2011. Após uma sequência de revelações sobre um esquema baseado na cobrança de propina a construtoras que faziam obras em rodovias federais, Alfredo Nascimento é demitido do Ministério dos Transportes. Na época, seu filho foi acusado de enriquecimento ilícito. Uma empresa familiar com capital social de R$ 60 mil juntou, em dois anos, patrimônio superior a R$ 50 milhões. Nascimento, primeiro deputado e depois senador, era um dos caciques do PL no Congresso Nacional.

Julho de 2012. A Polícia Federal bate à porta de uma casa no Alphaville, um dos condomínios mais luxuosos de Goiânia, para prender Juquinha das Neves. Apelidado por sua miudeza, presidente da Valec por oito anos, ele protagonizou um festival de irregularidades na Ferrovia Norte-Sul, que se tornou sumidouro de verba pública. Para a PF, uma rede de desvios ia da terraplenagem ao fornecimento de dormentes. O Ministério Público sustentava que o patrimônio imobiliário de Juquinha havia aumentado 14.000%. Ele foi condenado por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, mas recorre em liberdade. Era referência no PL.

Armando Castelar Pinheiro*: O PT e os Bourbon

Valor Econômico

Dúvida sobre o que Lula viria a fazer, se eleito, não tende a desaparecer tão cedo

 “Eles não aprenderam nada, e não esqueceram nada”. A frase, atribuída a Talleyrand, influente político da época, refere-se aos Bourbon, família que retornou ao poder na França, em 1814, com a queda de Napoleão. Para ele, as políticas do rei Luís XVIII (e seu irmão, depois Carlos X) ignoravam as mudanças ocorridas na França com a Revolução Francesa e, depois, com Napoleão.

Não é raro ver essa citação em referência ao Partido dos Trabalhadores (PT). Isso, talvez, por sua tendência a não reconhecer erros e, assim, a não mudar, insistindo sempre nas mesmas políticas. Em certo grau, um padrão presente no artigo de Guido Mantega publicado este mês no jornal Folha de São Paulo.

O artigo só vê méritos nas políticas dos governos do PT e atribui nossos problemas apenas àqueles que vieram depois. Porém, já ao parecer datar em 2014 o fim das administrações petistas, ignorando a brutal recessão de 2015-16, gerada no governo Dilma, a maior da nossa história, o artigo, por ausência, chama a atenção para os erros, que não foram poucos, da gestão petista.

As políticas defendidas para um novo mandato do PT são uma volta ao passado. Além da reversão do teto de gastos e da reforma trabalhista, propõe-se mais gastos públicos, mais política industrial e uma revisão dos objetivos de política monetária, para darem menos peso à inflação e mais à atividade econômica e ao impacto sobre as despesas com juros. Em suma, um retorno à Nova Matriz Econômica, ainda que esse termo não seja citado no texto.

Mantega foi, de longe, a principal autoridade econômica do governo do PT, chefiando o Ministério da Fazenda de 2006 a 2014. Mas, em artigo que saiu neste espaço faz uma semana, Nilson Teixeira argumenta que propostas como essas visam apenas a campanha eleitoral, servindo “para agradar as bases mais aguerridas”, e não são “uma sinalização (...) sobre a linha a ser adotada” em um eventual terceiro mandato de Lula.

José Nêumanne*: Corrupção pega, vicia e arruína

O Estado de S. Paulo.

Presidente da perpétua república da corrupção impune se concretizará, se polarização se confirmar na reeleição

Há seis anos a república da impunidade reinante no Brasil sofreu profundo abalo com a consequência prática produzida pela adesão do País, governado em sequência por Fernando Henrique, Lula, Dilma Rousseff e, até certo ponto, Michel Temer, a acordos internacionais de combate à corrupção. A atuação de procuradores da Operação Lava Jato, juízes federais como Sérgio Moro e Marcelo Bretas e do Tribunal Federal da 4.ª Região, em Porto Alegre, levou a consequências inusitadas, como a prisão de um empresário tope (e torpe), a condenação do mais popular ex-presidente da República e penas de 400 anos para um ex-governador. A adoção da delação premiada, a permissão de condenação de réus, após a segunda instância, e uma onda de popularidade de agentes do Estado envolvidos nessa ação, contudo, não impediram a sabotagem de chefões partidários e funcionários dos altos escalões de polícias e tribunais superiores as destroçarem em três anos do desgoverno da extrema direita deficiente e delinquente. Hoje, a elite dirigente política nacional suspeita, processada, condenada e aprisionada pisa nos destroços desses esforços abandonados pela cúpula dos Três Poderes da República aviltada.

Roberto DaMatta: Notas de um janeiro chuvoso

O Globo

A chuva é o imprevisto mais rotineiro de nossas vidas. Maviosa como um adorável chuvisco, pode virar furiosa tempestade que não acaba, como a TV ou a luz, por meio do botão controlado por nossa vontade. Teimosa e inesperada, obriga a usar o guarda-chuva e impede grandes e pequenas coisas como ir à praia ou dar um passeio.

Nos bairros pobres, ela destrói e rotineiramente leva nas suas enxurradas as posses de grupos familiares inteiros. O que nos obriga a recitar a ladainha da ausência de políticas públicas...

O “tempo”, mesmo com “previsão”, tem seu imprevisível.

 A Operação Lava-Jato foi morta, mas a corrupção continua viva. O sistema legalizante foi feito para ela. Seria a roubalheira um mecanismo ligado ao que chamamos de “política” no Brasil e noutros lugares? Ou seria simplesmente um hábito ou costume de certos grupos e classes sociais, um aproveitar-se de cargos — um “arranjar-se”, como no atualíssimo livro de Manuel Antônio de Almeida...

Disse e repito: roubar o que é de todos (a “verba”, o dinheiro impessoal que é de todos) não é uma fraude, é uma pilhagem suscitada por uma oportunidade ou, quem sabe, um direito. Uma cota-parte: os fiscais têm direito a uma parcela do imposto pago pela população. A questão é o controle de um velho hábito aristocrático e republicanicamente legitimado?

Aylê-Salassié Filgueiras Quintão*: Pedaladas na economia

JK, um paradigma perdido: pedala-se a economia sem plano de futuro.

Décadas perdidas e ausência de um projeto de futuro. Desde JK, o brasileiro vive distopicamente, em condições alternadas de abundância e privação, acreditando-se todo o tempo um ser abençoado por Deus. No fundo não entende e nem sabe o que fazer do Brasil. Alguns tem dúvida até do que estão fazendo por aqui.  Convive-se passivamente com uma sucessão de governos incompetentes e corruptos, sem preocupação com o desenvolvimento e com o futuro.  

No Executivo só se fala em metas não cumpridas e ajustes na economia. Tudo casuístico. Dinheiro para investimento não existe. O crescimento que se anuncia, de certa forma leviana, vem se fazendo sozinho e, por causa disso, gerando demagogia, desajustes e casuísmos. No Judiciário torna-se rotina tergiversar entre as disposições constitucionais e a opinião pública, mesmo a configurada em pesquisas dirigidas. Divertem-se e ganham dinheiro os advogados   com o prolongamento das causas. Não se apresenta nenhuma solução para o País. Não se preocupam sequer com a destruição criativa.

Brigando junto com as minorias na rua contra uma segregação generalizada, os sociólogos fazem emergir, a cada dia, novos problemas, despreocupados com a governabilidade.  Para eles, a Nação vive em estado de apartheid.  Conclusões como essa pegam fogo no jornalismo. Se tem chance, jogam mais lenha na fogueira. A imprensa curte o bad news, good news. Assim, ela definha ante o empoderamento das redes sociais, que também nada oferecem ao futuro.

O que pensa a mídia: Editoriais / Opiniões

EDITORIAIS

MEC continua a sabotar futuro dos jovens e do país

O Globo


O Ministério da Educação (MEC), sob o comando do pastor Milton Ribeiro, se tornou um dos maiores focos de políticas desastradas no governo Bolsonaro. Ribeiro está de férias, mas, estando ou não em Brasília, não se nota grande diferença. Reportagem publicada pelo GLOBO nesta semana revelou como estados e municípios têm tentado combater a evasão escolar provocada pela pandemia sem nenhum tipo de apoio do governo federal.

A experiência internacional demonstra que, em federações de grande dimensão territorial como o Brasil, o Ministério da Educação tem papel crítico no sucesso (ou fracasso) do ensino básico. Cabe ao ministério coordenar vários objetivos: permitir que inovações locais (municipais e estaduais) despontem para atender a circunstâncias particulares de cada região; medir os resultados dessas experiências para que eventuais correções de rumo sejam feitas; incentivar a adoção de práticas bem-sucedidas onde elas fizerem sentido; e, acima de tudo, trabalhar para que nenhum estado e município fique para trás.

Nada disso tem sido feito no MEC de Ribeiro e, desgraçadamente, o Brasil tem sido destaque negativo desde o início da pandemia. Está entre os países que ficaram mais tempo com as escolas fechadas. Isso certamente inflou o número daqueles que abandonaram os estudos. Há ainda o perigo de alunos que voltaram a estudar decidirem parar por não conseguirem acompanhar as aulas. Governadores e prefeitos estão certos ao buscar, com urgência, inovações para atrair e manter crianças e jovens em sala de aula.

Arnaldo Niskier*: As diversas vidas de Nara Leão

O Globo

A minha passagem pelo jornal Ultima Hora, na década de 50, sob a liderança esportiva de Augusto Falcão Rodrigues, trouxe-me a alegria de uma bela amizade com o repórter e compositor Ronaldo Bôscoli. Foi ele que me ajudou a comprar as alianças do meu sólido relacionamento com a minha querida Ruth, que dura até hoje.

Na festa dos 15 anos da Vera Bloch, filha de um dos meus patrões, no Edifício Chopin, em Copacabana, fui levado pelo Ronaldo para ouvir a jovem cantora Nara leão, que depois se tornaria sua namorada. Foi a cantora da Bossa Nova, da MPB, do show "Opinião", e de tantos outros êxitos, que marcaram a sua carreira na cultura brasileira. Graças ao milagre da televisão (Globoplay), podemos agora recordar a vitoriosa carreira da irmã de Danuza Leão que morreu precocemente em 1989, vítima de um tumor na cabeça.