Folha de S. Paulo
Tribunal colheu impressões digitais do
ex-presidente em processos que pedem sua inelegibilidade
Quando livrou Jair
Bolsonaro de um processo pelo disparo de mensagens em massa na
eleição de 2018, o TSE lançou
uma advertência. O ministro Alexandre de Moraes disse que conhecia o mecanismo
usado para espalhar desinformação e avisou que o tribunal
cassaria quem repetisse aquela conduta em 2022. "Não podemos
criar de forma alguma um precedente avestruz. Todo mundo sabe o que
ocorreu", declarou.
Naquele julgamento, os integrantes do TSE reconheceram as irregularidades da campanha, mas não conseguiram provar a participação direta de Bolsonaro na divulgação de notícias falsas. Sem essa conexão, segundo os ministros, não houve elementos suficientes para cassar o mandato do então presidente. O avestruz enterrou a cabeça no chão.
Bolsonaro não deve ter esse amparo
zoológico nos novos processos que ameaçam seus direitos políticos. O TSE
"sabe o que ocorreu" em 2022 e tem um rol generoso de provas da participação
direta do ex-presidente nos ataques ao processo eleitoral.
O tribunal colheu impressões digitais de
Bolsonaro em uma série de episódios ao longo dos últimos anos. Ele
divulgou falsas
suspeitas sobre as urnas eletrônicas na emissora de TV do
governo, repetiu teorias conspiratórias para um grupo de diplomatas, ordenou
que o Ministério da Defesa liderasse uma investida contra o sistema e determinou
que seu partido acionasse o TSE para anular parte da votação.
As ações que pedem a inelegibilidade de
Bolsonaro ainda receberam um reforço com a inclusão da minuta que pretendia
estabelecer medidas de exceção para reverter o resultado das urnas. Na segunda-feira
(16), o TSE incluiu
em um desses processos o documento encontrado na casa de seu
ex-ministro da Justiça.
No julgamento sobre a campanha de 2018,
Bolsonaro saiu ileso por falta de provas e porque o TSE reconheceu o alto custo
político de cassar um presidente no exercício da função. Os novos processos
contam com um excesso de provas e miram um político fora do cargo.
Ironia do destino:
ResponderExcluirAs impressões digitais de Bolsonaro na Minuta do Golpe foram apresentadas por seu Ministro da Justiça, PAPILOSCOPISTA
Vamos Ver...
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