Folha de S. Paulo
Minuta encontrada com Torres não é único
rastro de tramas para melar eleição
Em
sua despedida do poder,
Jair Bolsonaro lamentou não ter conseguido apoio para dar um golpe e continuar
no cargo. "Eu busquei dentro das quatro linhas se tinha alguma alternativa
para isso aí, se a gente poderia questionar alguma coisa", relatou o
presidente numa transmissão ao vivo, em 30 de dezembro.
Nos dois meses em que ficou encastelado
após a derrota, Bolsonaro transformou o Palácio da Alvorada num bunker do
golpismo. Na residência oficial, foi orquestrada a trama de seu partido, o PL,
para tentar anular
o resultado de quase 300 mil urnas eletrônicas.
A papelada descoberta no armário do ex-ministro Anderson Torres é mais que suficiente para ampliar as suspeitas de uma ação criminosa liderada por Bolsonaro para melar a eleição. Documentos e testemunhas podem revelar como o presidente agiu e quem foram os aliados que o auxiliaram nessa missão.
A Polícia Federal encontrou na casa de
Torres, durante uma ação de busca e apreensão, uma proposta para decretar
estado de defesa e permitir uma intervenção do governo Bolsonaro no TSE. A
medida seria inconstitucional e jamais passaria pelo crivo do Congresso, como
prevê a lei, mas mostra o tipo de maquinação que cercava o presidente.
Torres sabe que o texto pode ser encarado
como prova inequívoca de uma conspiração —tanto é que o ex-ministro correu para
tirar o papel de seu colo e ainda livrar o chefe. Ele afirmou que guardava em
casa "uma
pilha de documentos para descarte" e insinuou que recebeu a
minuta de uma terceira pessoa.
A Polícia Federal poderá investigar a
desculpa do ex-ministro. Ele também deve ter a oportunidade de explicar quem
ofereceu o papel e que tipo de ordens Bolsonaro deu nesse período. Torres,
afinal, era um dos frequentadores do Palácio da Alvorada nos meses finais de
2022.
O ex-ministro não
é a única testemunha, e as três páginas da minuta não são o único rastro do
que foi tratado enquanto Bolsonaro buscava "alguma alternativa para isso
aí".
Bolsonarismo = mentiras, violência e golpismo!
ResponderExcluirTodos que se aliaram ao Bolsonaro estão sendo punidos pela lei do carma.
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