segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Poesia | Graziela Melo – Meus ossos

Como garranchos
Secos,
meus ossos
se trituram,
se esfacelam,
se misturam...

Doloridos e
perplexos

depois de
sustentarem
um corpo
que se vai

sem deixar
vestígios

sem deixar
reflexos!!!

Onde
me levaram
esses ossos,

no resfolegar
da vida?

Daquí
para ali,

de ali
para
acolá,
de acolá
para cá!

E cá
estou!

E para
onde vou?

A única
certeza
é o cemitério!!!

Espaço
triste,
solitário,
deprimente,
deletério!!!

Alí,
minha carne
se desmancha,

mistura-se
com a areia...

restará
aquela
horrível
caveira,

magra,
esquelética
horripilante,
de cara feia!!!

Bom,
mas sou eu,
de fato!

Sem roupa
e sem
sapato!!!

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