Há que se entender que não foi uma ação de
meia dúzia de malucos, mas sim, uma ação massiva, de milhares. Apoiada por
milhões de bolsonaristas em todo o Brasil e que deve ser enfrentada não só pela
justiça mas também no terreno da política.
Outro aspecto desse acontecimento é uma
certa desatenção do governo Lula e da maioria dos democratas brasileiros, que
concentraram suas atenções na posse de Lula, sem dar-se conta, que os golpistas
não se limitariam às manifestações e acampamentos frente aos quarteis.
Existe uma organização por trás destas ações que detém a hegemonia nos órgãos de informação. O caso do governador de Brasília é apenas a ponta do iceberg.
Muitos acham que Lula foi leniente com os
golpistas. Não é bem assim. Lula e seu governo vêm demonstrando ter ideia da
correlação de forças. Não só na sociedade, mas em particular nas FFAA e nas
polícias.
Durante quatro anos Bolsonaro trabalhou
tais setores visando um golpe caso não ganhasse as eleições. E, mesmo as
perdendo no segundo turno, as sementes que plantou usando todos os recursos legais
e ilegais germinaram. Ele ainda tem a hegemonia nas FFAA e nas polícias da
maioria dos Estados.
Mas fenômenos deste tipo não ocorrem
somente aqui. Muitos analistas de política apontam as semelhanças entre este 8
de janeiro e o que aconteceu nos EEUU há dois anos. A extrema direita cresce
também na Itália, na França, na Hungria e em outros países.
Enquanto 36 famílias concentrarem uma renda
igual aos 4,5 bilhões mais pobres do mundo estará aberto um terreno fértil para
seu crescimento. E nosso País é um campeão das desigualdades.
*Sergio Augusto de Moraes. Engenheiro pela
UFRJ e Mestre em Econometria pela Universidade de Genebra. Trabalhou no Chile
para o governo de Salvador Allende, 1971-1973 quando, depois do golpe de Estado
de Pinochet, esteve preso no Estadio Nacional. Dali conseguindo livrar-se pela
solidariedade internacional, foi para a Europa, onde ficou seis anos exilado.
Voltou ao Brasil em 1979. É autor também do livro "Viver e Morrer no
Chile" - 2010, é um dos editores do Blog "Democracia e
Socialismo."
Na minha humilde opinião apontar para desigualdade como fator preponderante para o extremismo de direita é um recurso que apesar de realmente ocorrer não corresponde com os nossos dias. O avanço dos neo-pentecostais aliado a ferramentas de tecnológicas que ampliam a disseminação de iinformações falsas para um público miserável intelectualmente e com predisposição não somente a assumir essas falsidades como verdades inquestionáveis assim como criar um mundo alheio a realidade dos fatos é algo dantesco e sui generis. Esses zumbis não se preocupam com distribuição de renda ou qualquer outra coisa do gênero, mas somente com a imagem de serem governados por uma emulação de um Jeová, com sua força guerreira e viril que puna a todos.
ResponderExcluirConcordo com o anônimo,ficou parecendo que a extrema-direita existe por causa da injustiça social.Então tá!
ResponderExcluir