quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

William Waack - Falta respeito

O Estado de S. Paulo

A relação entre Lula e os militares está num ponto crítico

O princípio da autoridade depende do respeito entre quem manda e quem obedece. Inversamente, desconfiança mútua corrói a capacidade de dar ordens e dificulta que sejam cumpridas.

É o ponto em que está no momento a relação entre Lula e os militares.

Os resultados que isto produz estão em Command, mais uma obra monumental de Sir Lawrence Freedman (do clássico Strategy), do King’s College de Londres, que acaba de ser publicada. O foco é entender como a relação entre autoridades civis e militares condiciona decisões de todo tipo, sobretudo em guerras.

“Os que dão as ordens deveriam ter a autoridade que traz o respeito de subordinados”, escreve Freedman. “Autoridade é algo a ser conquistado, não para ser dada como certa – e isso vale para os civis e para os generais.”

A autoridade de um chefão de sindicato pode ser exercida com um murro na mesa. Mas Lula tem experiência suficiente como presidente para saber que a autoridade constitucional de comandante em chefe das Forças Armadas é mais ampla e sofisticada, pois envolve duas formidáveis instituições de Estado.

“Pôr os militares no seu lugar” ou “devolver os generais aos quartéis” são frases de efeito que comovem a militância. E produzem o resultado contrário do que se pretende, isto é, estabelecer o “engajamento mútuo” entre poder civil e militar num período político crítico.

Da mesma maneira, generais sabem que, uma vez desrespeitados hierarquia e códigos internos, as cadeias de comando são fortemente abaladas. É o que aconteceu no episódio no qual o general Pazuello não foi punido por ter participado de manifestação política com Bolsonaro.

De lá para cá a “contaminação” bolsonarista nas Forças só piorou. Trata-se essencialmente do estado interno das cadeias de comando e sua relação com a autoridade civil. O fenômeno é amplo e preocupante pelo fato de integrantes de alta hierarquia militar aceitarem pro forma a figura institucional do atual presidente, mas duvidando da lisura da eleição e questionando o papel de tribunais superiores.

Do outro lado, o entorno de Lula reforça nele cacoetes que, por exemplo, o fazem se referir ao Comando Militar do Sudeste ainda como “2.º Exército” (uma das sedes do DOI-CODI na ditadura). Com consequências severas: o entorno de Lula não quer mais militares ao seu redor, de patente alguma (são considerados até risco à segurança física do presidente), reiterando profunda desconfiança na instituição, e não só em indivíduos.

“Pacificação”, como reitera o atual ministro da Defesa, é condição necessária, porém não suficiente para tirar a relação presidente-militares do atual estágio, que é o da falta de respeito mútuo. Está sobrando fígado e faltando cérebro.

 

10 comentários:

  1. "...porém não suficiente para tirar a relação presidente-militares do atual estágio, que é o da falta de respeito mútuo."

    Seus textos não são bons, Waack. Este estava apenas regular até a sua mentira: não há falta de respeito mútuo. Veja, o Batalhão do Palácio do Planalto, chamado de Caxias, ajudou os terroristas (o coroné responsável, todos vimos, foi chamado de maluco pelos PM).
    O GSI anterior do Heleno é máquina golpista. A carreta explosiva foi urdida em frente ao QG do EB de Brasília. E muitos outros, como a ameaça de não bater continência ao Lula feito pelo comandante da Marinha.

    A falta de respeito não é de Lula e nem de seu entorno. NAO MINTA!

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  2. Como o anônimo apontou corretamente, falta VERDADE no texto deste colunista! E isto é bem frequente!

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  3. Quem quiser saber sobre militar, recomendo meu artigo Ser militar hoje, neste blog.

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  4. Falta de visão na política externa, o Brasil apesar de não parecer ainda é um país tacanho e retrógrado. Pergunte para qualquer país se eles passariam sem uma Army.

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  5. Invistam na política exterior, eis o caminho.

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  6. WhatsApp é para quem tempo a perder e o país não tem mais, mais conhecimento e menus fofoca, please!

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  7. Lula não respeita os militares,então tá!

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  8. Como se diz na minha terra, Waak não passa de um 'bosta-rala'

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  9. Chegou o bosta infantil e idiota rala.O doutor em escatologia da faculdade de idiotas.
    Ou,!uma garotinha frustada querendo chamar atenção da galera. Logo eu exponho seu perfil nesse blog, ele está prontinho para dar nome aos bois, não é Marcos? Ele sofre daquele complexo das meninas a respeito dos meninos , inveja “daquilo”, entendeu?

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  10. Onde não existe um mínimo de respeito eu caio fora, cansei das inutilidades que aparece em Blogs, eu venho aqui para ganhar experiência e, não,’para mostrar o pior de mim. Esses teimam em povoar o mundo. Paciência, desisto porque a minha esgotou, esgoto é para is que tem vocação.

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