O Globo
O fato de Lemann cometer um enorme erro na
Americanas não tira o mérito de outras coisas que faz
Do presidente Lula,
em entrevista à Rede TV!:
— Qualquer palavra que você fale na área
social, “Vou aumentar o salário mínimo em R$ 0,10”, “Vamos corrigir o Imposto
de Renda”, “Precisamos melhorar (a vida dos pobres)”, o mercado fica muito
irritado.
E mais:
— Agora, um deles (Jorge Paulo
Lemann, acionista principal das Lojas Americanas) joga fora R$ 40
bilhões de uma empresa que parecia ser a mais saudável do planeta Terra, e esse
mercado não fala nada, ele fica em silêncio.
O mercado falou, presidente. E protestou do modo mais firme que conhece: derrubou o preço da ação de R$ 12 para perto de zero, o que impõe perda enorme aos acionistas, inclusive Lemann. Além disso, todos os grandes bancos privados, credores das Americanas, manifestaram claramente seu desagrado, acionando na Justiça a empresa e seus acionistas principais. Claro que há, digamos, acionistas inocentes — aqueles que não exercem controle sobre a empresa e compram o papel para poupança. Esses minoritários, parte do mercado, também estão na Justiça cobrando atitudes mais responsáveis dos controladores, inclusive aporte substancial de capital.
Lula também atacou no pessoal:
— Esse Lemann era vendido como o suprassumo
do empresário bem-sucedido no planeta Terra, que financiava jovens para estudar
em Harvard para formar um novo governo e falava contra a corrupção todo dia.
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Presidente, é uma pena que o senhor não
conheça o trabalho da Fundação Lemann. Aplica bastante dinheiro para financiar
o desenvolvimento de projetos pedagógicos e de gestão no ensino público. Toma
também iniciativas para instalar internet de alta velocidade nas escolas
públicas. E, sim, manda estudantes para Harvard. O bilionário poderia abrir uma
escola privada e se aproveitar dos financiamentos do governo, mas, em vez
disso, coloca seu dinheiro para apoiar o ensino público. Ajuda a reduzir a
desigualdade.
O cientista político Fernando Schüler
escreveu um excelente artigo na revista Veja, “A lição de Tocqueville”,
mostrando a importância das iniciativas dos ricos muito ricos. Certamente, o
dinheiro que Lemann gasta na fundação rende mais benefícios à sociedade do que
se todos esses recursos fossem para o governo na forma de impostos. Também
duvido que o setor público fosse mais eficiente. Como mostra Schüler, o segundo
maior orçamento do governo federal é da educação. E nossos alunos das escolas
públicas vão para os últimos lugares nos testes internacionais. O fato de
Lemann cometer um enorme erro na Americanas não tira o mérito de outras coisas
que faz.
Lula também investiu contra a independência
do Banco Central (BC), atacou a recente decisão do Copom — “não existe nenhuma
razão para a taxa de juros estar em 13,75%” — e pediu meta de inflação maior.
Também voltou a dizer que o teto de gastos é contra o povo e que não funciona.
Na mesma semana, quando o dólar caiu abaixo de R$ 5, o Instituto Lula disse que
isso resultava da confiança no governo.
É o contrário, presidente. A moeda
americana desvalorizou praticamente no mundo todo porque o mercado — sim, o
mercado — entendeu que a taxa de juros nos Estados Unidos subirá menos do que
se pensava. Com juros menores lá, investidores internacionais procuram mercados
que oferecem taxas maiores. Vai daí que entram dólares aqui, são trocados por
reais, isso provocando a valorização de nossa moeda. Na verdade, presidente, o
dólar cairia mais se o senhor e seu pessoal deixassem esse tema por conta do
BC.
E o teto de gastos, adotado no governo
Temer, funcionou, sim. No seu período, a taxa de juros (Selic) caiu de 14,25%
ao ano (herança Dilma) para 6,40%. O PIB voltou a crescer,
depois de dois anos de recessão. E a inflação caiu de 9,3% para 2,7%. Hoje, o
dólar continua caro, e os juros seguem elevados por causa da lambança anunciada
nas contas públicas e pelo festival de declarações equivocadas. Como esta,
presidente: primeiro ataca a independência do BC, depois diz que o “seu” BC foi
bem porque atuou com... independência.
Pô, presidente!
Velho, decadente, obsoleto, Sarda não passa de passa-pano
ResponderExcluirCertamente o colunista não tem ações das Americanas...
ResponderExcluir"O fato de Lemann cometer um enorme erro na Americanas não tira o mérito de outras coisas que faz"
ResponderExcluirSardas é cara de pau. Afinal, se trocarmos os sujeitos, ficaria assim: "O fato de Lula cometer um enorme erro... nao tira o merito de outras coisas q faz"
Mas Sarda perdoa o mercado; nunca, jamais, o Lula. Ideologia explica.
Todo anônimo é um covarde;o de hoje também é petralha.
ResponderExcluirMAM
Você é asqueroso Sardenberg, sempre foi claro que desconhece macroeconômia, mas agora só se tornou patético.
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