quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Fábio Alves - Esse cidadão

O Estado de S. Paulo.

Até agora, a responsabilidade fiscal se traduziu apenas no esforço de elevar receitas

O Brasil pode perder a oportunidade de surfar uma maré favorável da economia global em 2023, com a expectativa de que uma recessão mundial deverá ser evitada e de que a inflação seguirá desacelerando, caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantenha um discurso bélico contra o Banco Central e o seu governo não apresente uma proposta crível de um novo arcabouço fiscal.

Nas últimas semanas, o preço de vários ativos de risco, como as Bolsas de Valores mundiais e moedas de países emergentes, vem registrando consistente alta com surpresas positivas nos indicadores de atividade econômica, com índices de inflação cedendo e com a aposta crescente de que o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed) está perto do fim.

Em janeiro, o Ibovespa subiu 3,37%, e o dólar caiu 3,85%. No auge do otimismo com sinais mais suaves dados pelo Fed sobre a trajetória dos juros, a moeda americana chegou a recuar para R$ 4,94. Mas essa alegria durou pouco, e o dólar iniciou esta semana acima de R$ 5,17.

Boa parte desse movimento foi atribuída à fala ácida de Lula contra o presidente do BC, Roberto Campos Neto, depois que o Copom manteve inalterada a taxa Selic em 13,75% e endureceu a sinalização sobre a política monetária, citando incertezas fiscais, o que fez o mercado adiar apostas sobre corte de juros.

Na semana passada, Lula reclamou do nível dos juros, atacou a independência do BC e chamou Campos Neto de “esse cidadão”. Também criticou a meta de inflação por ser baixa demais. Nesta semana, voltou a disparar: “É uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que eles deram para a sociedade brasileira”.

Toda essa artilharia vem deixando investidores e analistas nervosos, além de contribuir para elevar as projeções de inflação, que estão cada vez mais distantes das metas deste ano e de 2024. Sem falar que pressiona os juros futuros de médio e longo prazos. Também vem agravando a situação a incerteza sobre o regime fiscal que deverá substituir o teto de gastos. Até agora, a responsabilidade fiscal proclamada por Lula se traduziu apenas no esforço de elevar receitas. O mercado quer ver também um compromisso de cortar gastos.

Assim como a independência do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, a autonomia do BC aprovada pelo Congresso é uma instituição. Como Lula bem percebeu, o fracasso da tentativa de golpe nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro foi devido, em grande parte, ao pleno funcionamento das instituições. O destempero de Lula contra o BC custa caro ao País.

 

6 comentários:

  1. Anônimo8/2/23 14:44

    Pobre país este nosso. Sai um presidente que é uma vergonha para nós na sua completa ignorância. Entre outro que não passa de um ventríloquo do que outros lhe sopram e dispara a falar asneiras pois não tem a mínima ideia do que está falando. Alguém acha que ele sabe o que é taxa de juros?Vamos ficar só por aqui. “Estou convencido…” Deus nos livre

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  2. Anônimo8/2/23 16:43

    Lula aderiu totalmente ao Bolsonaro,
    com ele aprendeu a mágica que dólar alto é tudo que a inflação necessita para se elevar. Inflação elevada gera arrecadação maior de Impostos é tudo que ele precisa, já que o PT só funciona com muita grana. Simplesmente isto. No fundo, no fundo, ele tem inveja da ousadia do Bolsonaro e agora saculeja a poeira e da volta por cima do cadáver do governo do Bozo o imitando. Só isso para explicar a língua grande que não cabe na boca

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  3. Anônimo8/2/23 16:47

    É como perpetuou alguém que captou tudo, Lula calado é um poeta.

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  4. Anônimo8/2/23 16:48

    Falácia da Falação do Lula FFL

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  5. Anônimo8/2/23 16:52

    🎼Falem mal mas falem de mim 🎼

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