O Estado de S. Paulo.
A campanha de Lula contra Banco Central é por convicção e não por cálculo político
Central ter mandato não dá a ele
autorização para irresponsabilidade”, disse a presidente do PT, Gleisi
Hoffmann. Dirigentes petistas, assim como Lula, criticam a taxa básica de juros
da economia, de 13,75% ao ano.
Ideias sobrevivem adormecidas durante muito
tempo, mas precisam do momento certo para serem realizadas. É o que parece
estar acontecendo agora no embate Lula versus Banco Central e as taxas de
juros.
A ideia de que desequilíbrio fiscal não é o precursor de colapsos econômicos ou de inflação é debatida há muito no mundo acadêmico. Simplificando brutalmente, não haveria nada errado com um governo que pretende estimular a economia gastando muito mais do que arrecada, pois os benefícios (renda, crescimento, arrecadação, popularidade) vêm logo ali.
O que não pode acontecer é a política
monetária atrapalhar, ainda mais se baseada no falso pressuposto de que existe
uma crise fiscal. Que, por sua vez, alimentaria as falsas expectativas de uma
persistente inflação só remediável ao preço intolerável de taxas de juros
exorbitantes. Isto, sim, travaria todo o conjunto da política econômica,
beneficiando apenas “rentistas”.
Lula nunca se interessou por debates
acadêmicos, mas as ideias acima casaram perfeitamente com suas intuições
políticas, hoje baseadas no fígado. Conceitualmente ele regrediu ao quadro
mental anterior ao seu primeiro período na Presidência, assumindo que tudo não
passa de uma luta entre ricos e pobres e “elites” conspiram para não deixá-lo
governar.
Como todo populista, Lula enxerga conflitos
pelo “pessoal” e não pela relação institucional. Resume boa parte da questão da
taxa Selic a um presidente do Banco Central que foi de camiseta amarela votar
no adversário Bolsonaro nas últimas eleições (portanto, um “infiltrado”). É
apenas a repetição de um velho comportamento: na época do mensalão, por
exemplo, ele esperava “gratidão” por parte de alguns indicados por ele para o
STF.
Nesse sentido, não é propriamente uma
“jogada” política a campanha de Lula contra o BC e os juros, tentando
pressionar a autoridade monetária a se alinhar ao Planalto. Não é tampouco a
criação de um bode expiatório para, eventualmente, “justificar” números na
economia inadequados para manter popularidade.
É algo muito mais amplo: é o casamento de
ideias no campo das doutrinas econômicas com a intuição “certeira” (para ele,
Lula) da realidade política. Essa é a principal causa do evidente descompasso
das declarações de grupos de assessores escalados em várias áreas econômicas do
governo e as falas do presidente.
Nesses grupos, como é sabido, trafegam
várias ideias, até conflitantes. Lula está exibindo as próprias. Por isso, são
tão perigosas: é sempre o apego a ideias equivocadas que está na raiz de
desastres econômicos.
Tudo que o William Waack diz eu assino em baixo. Um dos meus jornalistas preferidos.
ResponderExcluirEm outro tempos confrontos políticos se davam entre mentes inteligentes. Hoje, é através de militantes retrógados e chefetes ambíguos e relutantes. A inteligência desapareceu tomou Doril e sumiu, daí os agentes laranjas tipo Trump, emergiram e a boçalidade vigora
ResponderExcluirSe pudéssemos escolher realmente os líderes que gostaríamos de ter, esses que estão ai jamais seriam considerados líderes.. Esses brutamontes de pouca educação formal, de mente curta e língua solta estaria fazendo companhia aos morcegos que transmite especialmente a raiva. O Brasil vive em um período da raiva consagrada de mediocridade irreverente de governos mequetrefes.
ResponderExcluirLula é um gênio,nem precisou de escola,mas tem seus defeitos como todo mundo.
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