O Estado de S. Paulo
Sinais de crise no crédito alimentaram posição do governo em defesa do corte dos juros
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
precisa surpreender na apresentação do novo arcabouço fiscal se quiser ter
algum ganho a valor presente com o impacto da apresentação da nova regra de
controle das contas públicas.
Ganho, nesse caso específico, está
relacionado a um sinal firme do projeto da nova regra fiscal capaz de abrir
caminho para o início da queda da taxa básica de juros, a Selic, hoje em 13,75%
ao ano.
A próxima reunião do Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central está marcada para os dias 21 e 22 deste mês.
Haddad antecipou a apresentação da nova
regra para antes da reunião do Copom para, justamente, poder influenciar na
decisão do BC.
A promessa do ministro da Fazenda animou o
mercado financeiro após todo o estresse provocado pela pressão generalizada no
governo e do PT contra os juros elevados praticados pelo Banco Central num
cenário de retração do crédito, que ameaça esfriar ainda mais a atividade
econômica.
Os sinais de uma crise de crédito a caminho
têm reforçado a posição do governo de que o BC precisa começar a antecipar o
início do corte de juros.
Razão principal da artilharia do governo
sobre o presidente do BC, Roberto Campos Neto.
O próprio presidente Lula alertou que o
Brasil pode sofrer uma crise de crédito “logo, logo” se os juros não forem
reduzidos pelo BC.
Mas o BC continua enxergando risco fiscal
para controle da inflação. A preservação da arrecadação de R$ 29 bilhões com a
reoneração da gasolina e do etanol, prevista no pacote de ajuste fiscal
anunciado por Haddad em janeiro, garantiu uma vitória momentânea para a equipe
econômica diante da tentativa de integrantes do PT de atrapalhar os seus planos
de reverter o déficit das contas públicas.
Esse grupo não quer uma retomada do superávit
tão cedo, em 2024, como acenou Haddad.
Para ganhar credibilidade para a aprovação
do arcabouço fiscal, Haddad não pode ficar tomando bola nas costas de aliados a
todo tempo.
Se o ministro perguntasse o que seria essa
surpresa, a receita é uma trajetória para as contas públicas que sinalize pelo
menos um déficit de 1% em 2023; de 0% a superávit de 1% em 2024; e de um
superávit entre 1% e 2% em 2025. Não é tarefa fácil. Toda a atenção está
voltada nos próximos dias ao que Haddad vai conseguir entregar.
Confesso que estou gostando do Haddad, realmente ele está surpreendendo para melhor. Apesar de não demonstrar ele é bastante firme, elegante e seguro. Masculino, alfa de primeira grandeza. E desses que a gente precisa nessa terra árida de representantes desse quilate.
ResponderExcluirDevo acrescentar que ele é másculo também, para impor ordem nesse circo arrasado pelo Bozo, o pomba-gira
ResponderExcluirAdriana Fernandes, sua ausência deixou um lapso difícil de ser preenchido. Some não.
ResponderExcluirEu sempre gostei e confiei no Haddad.
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