O Globo
Centrão se insurge contra medida provisória
de Lula; para ex-ministro da Saúde, fundação virou "república
independente"
O desabafo está registrado na ata da 191ª
reunião ordinária do Conselho Nacional de Saúde. Depois de retirar da Funasa o
atendimento aos povos indígenas, o ministro José Gomes Temporão era torpedeado
por deputados de seu próprio partido, o PMDB (atual MDB).
Sob pressão, ele avisou que não iria “se
dobrar a outros interesses”. “Querem manter uma situação de baixa qualidade,
corrupta e totalmente contra os princípios do SUS. Isso nós não vamos aceitar”,
afirmou, em 12 de novembro de 2008. A fala abriu uma crise no segundo governo
Lula, e o ministro quase perdeu o cargo.
Quinze anos depois, a Funasa está no centro de outra guerra entre Executivo e Legislativo. Lula editou uma medida provisória para extinguir a fundação, mas parlamentares se insurgem e ameaçam retaliar o presidente. Longe de Brasília, Temporão vê um filme antigo se repetir.
“A existência da Funasa perdeu o sentido.
Virou uma república independente, sempre negociada com o Centrão e dominada por
interesses paroquiais”, critica o ex-ministro. Na transição de 2022, ele ajudou
a redigir um relatório que recomendou a extinção do órgão. “Se uma instituição
já não atende ao interesse público, qual o sentido de mantê-la?”, questiona.
O noticiário recente dá algumas pistas.
Depois de ser palco de escândalos nas gestões Lula, Dilma e Temer, a Funasa se
manteve nas páginas policiais durante o governo Bolsonaro. Entregue a políticos
do Centrão, a fundação virou sumidouro de verbas do orçamento secreto.
Em 2021, a Polícia Federal fez uma operação
para apurar fraudes em contratos de tecnologia. Em 2022, investigou desvios na
compra de água mineral. No mesmo ano, a CGU detectou sobrepreço na perfuração
de poços no Semiárido nordestino.
Apesar da vigilância dos órgãos de
controle, parlamentares continuam a ver a fundação como uma oportunidade de
negócios. Por isso, querem evitar a todo custo que ela seja fechada. “No meu
tempo de ministro, tive carta branca para mexer em tudo, menos na Funasa. Acho
que isso diz muita coisa”, comenta Temporão.
A tentativa de morte de Moro- e semelhanças com a morte de Celso Daniel e Paulinho. Coincidência muito coincidência não existe, já disse um Arqueólogo diante de descobertas das escavações em Israel.
ResponderExcluirToninho
ResponderExcluirFundação Nacional de Saúde.
ResponderExcluirTá.