Folha de S. Paulo
Antagonismo alimenta esforços do petista,
dá fôlego a rivais e pode produzir outros efeitos colaterais
Às portas da campanha eleitoral, Lula avisou
que não pretendia entrar no jogo de alguns adversários. "Não vou dar
importância para o boneco de barro chamado Moro",
disse, numa entrevista em janeiro de 2022.
A decisão era tática. Ainda que Lula
quisesse enfrentar Moro, a ideia era evitar
que a Lava Jato virasse ponto candente da eleição, dando munição a rivais
interessados em associar o petista à corrupção.
O próprio presidente puxou a Lava Jato de volta ao centro da arena política na última semana, ao dizer que, na prisão, pensava em se vingar de Moro. No dia seguinte, levantou suspeitas sem provas sobre a operação policial que desarticulou um plano para atacar o ex-juiz.
Com o selo da Presidência, Lula se sentiu
tranquilo o suficiente para retomar aquele embate. A chegada ao Planalto,
segundo a visão que desenhou nos últimos anos, seria um capítulo de sua vitória
contra a força-tarefa. Além disso, o petista tentou dar uma bordoada em Moro no
momento em que o ex-juiz desfilava sob os holofotes. O jogo rasteiro a que o
presidente recorreu ao espalhar
uma teoria da conspiração sobre o rival, porém, já se tornou uma mancha
nessa briga.
Manter vivo o antagonismo com a Lava Jato
pode ser útil no esforço de Lula para cristalizar a imagem de que a operação
tinha objetivos políticos. Mas a jogada também renovou o fôlego de integrantes
da força-tarefa que assumiram esse papel político. Até então, Moro andava meio
esquecido no Senado. No conflito com Lula, passou a semana aplaudido por
bolsonaristas —o que não deve deixar o ex-presidente confortável no papel de
líder da oposição.
Outros efeitos colaterais deverão ser mais
incômodos para o grupo de Curitiba. Nesta terça-feira (28), o novo juiz da
operação pediu que a PF investigue uma
acusação feita pelo advogado Rodrigo Tacla Duran.
Ele diz que sofreu extorsão de um amigo de Moro em troca de benefícios no
tribunal. Com os olhares voltados novamente para a Lava Jato, o caso tende a
atrair mais atenção.
Vamos ver se o PatoManco terá algo a grasnar além do pedido de segurança, segurança, ou se será, mais uma vez, apenas o 'manequim de monta' do Bozo
ResponderExcluirO colunista está certíssimo, Lula tem que se preocupar em governar o país, apresentar soluções e melhorar a vida do povo pobre. Continuar brigando com Moro e ainda mais fazendo afirmações mentirosas é uma imbecilidade digna do GENOCIDA.
ResponderExcluirConcordo com o segundo anônimo.
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