Folha de S. Paulo
Sem condições de vencer antipetismo na
tropa, governo depositou aposta em grupos considerados legalistas
Dias antes da demissão do
último comandante do Exército, um ministro de Lula examinava
as inclinações políticas da Força. As tropas, segundo ele, tinham um grande
contingente de bolsonaristas, uma ala diminuta de lulistas e um bloco de
antipetistas que poderiam ser considerados legalistas. "É com esse
terceiro grupo que vamos ter que trabalhar", disse o auxiliar do
presidente.
Lula sabia que manobrava dentro de uma margem estreita quando decidiu trocar a chefia do Exército. O presidente demitiu um general que se recusava a mitigar a contaminação política das tropas e nomeou um substituto que, na visão do governo, atendia a requisitos mínimos para evitar uma crise com as Forças.
O novo chefe do Exército parece ter sido
escolhido dentro daquele terceiro grupo. Numa reunião
com subordinados às vésperas da mudança de comando, o general
Tomás Paiva criticou ações golpistas e questionou a credibilidade de teorias
sobre fraude nas urnas, mas também admitiu estar entre os militares que
lamentavam a vitória de Lula.
"Não dá para falar com certeza que
houve qualquer tipo de irregularidade. Infelizmente, foi o resultado que, para
a maioria de nós, foi indesejado, mas aconteceu", disse Paiva, segundo uma
gravação divulgada pelo podcast Roteirices.
O governo não tinha ilusões de um
alinhamento completo quando escolheu Tomás Paiva. Depois da mudança, Lula disse
publicamente que o general
"pensa exatamente" como ele sobre os militares, mas
restringiu sua avaliação a um ponto: "As Forças Armadas não servem a um
político".
A aposta de Lula foi depositada no resgate
de uma doutrina de respeito à lei e à autoridade do presidente, mesmo que o
antipetismo permanecesse em setores influentes.
Na conversa gravada, Paiva reconheceu esse
cenário. "Nós estamos na bolha fardada, militarista, de direita e
conservadora", declarou. Ele afirmou ainda que os militares devem agir
para barrar o que chamou de "enquadramento" dos militares pelo
governo do PT.
Os militares serão enquadrados, sim, pelo governo de Lula, que NÃO É UM GOVERNO DO PT! Terão que seguir rigorosamente a Constituição e as normas militares, que preveem disciplina e afastamento da política partidária. A bagunça do tempo do DESgoverno Bolsonaro foi uma exceção ILEGAL que terá que ser totalmente SUPERADA e NUNCA MAIS OCORRER nas Forças Armadas! As Forças Armadas devem obediência às forças DESarmadas democráticas! Chega de militar golpista! Este tipo será processado e condenado sempre que aparecer!
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