A história das joias trazidas da Arábia Saudita na mochila de um assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, precisa ser mais bem contada.
Segundo o almirante Albuquerque, os pacotes
foram entregues em 2021 por uma pessoa do governo saudita à comitiva brasileira
que partia de Riad. Ainda segundo ele, seriam presentes para Michelle
Bolsonaro, mulher do presidente brasileiro.
Como se chama essa pessoa? A Casa de Saud reina na Arábia, com protocolos. O Brasil tem embaixada na Arábia, e a Arábia tem embaixada em Brasília. Se a mulher do presidente da República receberia um colar, brincos e anel, o canal para a remessa do mimo seria a embaixada. Num grau mais elevado de cortesia, o embaixador em Brasília entregaria o presente ao Itamaraty ou, se fosse o caso, à própria senhora. Assim formaliza-se a gentileza. Feitas as coisas de acordo com o cerimonial, ressaltava-se a cortesia, e deixava-se a questão tributária num segundo plano. O método iFood chique acabou na encrenca revelada agora pelos repórteres Adriana Fernandes e André Borges. Como um adereço inevitável, apareceu também o tenente-coronel Mauro Cid, cuidando da liberação das joias, sem sucesso. Isso tudo com a rotina de carteiradas, marca do governo do capitão.
A pessoa que recebeu os pacotes fechados em
Riad deve lembrar o nome ou o cargo de quem lhe pediu que levasse a encomenda.
Caso não lembre, nunca mais deverá fazer isso. As prisões do mundo estão cheias
de jovens apanhados com cocaína dizendo que não lembram quem lhes pediu que
transportassem os pacotes.
Há ainda outro detalhe mal contado na
história das joias das Arábias. Um presente valioso como esse seria entregue
como se fosse um sanduíche. Falta um cartão com uma mensagem elegante à
destinatária. Quem se lembra de ter recebido um presente sem uma palavra de
carinho?
É certo, contudo, que Bolsonaro tentou
recuperar as joias apreendidas pela Receita. Sempre na base da carteirada.
Felizmente, os auditores blindaram a instituição.
Pelo que se sabe até agora, quem mandou as
joias teria sido o governo saudita. Essa figura impessoal não existe naquela
parte do mundo. Os sauditas, bem como os emires vizinhos, gostam de presentear
visitantes, sempre estreitando uma relação pessoal.
O almirante Flávio Augusto Viana Rocha,
secretário especial de Assuntos Estratégicos durante o governo Bolsonaro,
acumulou vasta experiência em negociações com os sauditas e com os emires das
vizinhanças. Consultado, certamente teria uma boa palavra a dar sobre esse
assunto, prevenindo, ou até mesmo evitando o escândalo.
Poucos governos tiveram laços tão estreitos
com os sauditas e com os emirados como o governo Bolsonaro. Chega a ser
surpreendente que tenha tropeçado nas caixas de joias.
"Chega a ser surpreendente que tenha tropeçado nas caixas de joias."
ResponderExcluirRá, nada neste joiagate surpreende. É o velho golpezinho da familicia, sempre com carteiradas a posteriori, depois de pegos. E não me surpreendo com o comportamento vassalo dos milicos de alta patente também - essa gente se curva com extrema facilidade.
Claro! Uns mandam, outros obedecem. Uma FA de pazuellos. Desastre certo.
ExcluirGentileza o seguinte esclarecimento : cavalo marinho quando tem no punho o galão de almirante ele é mula ou besta marinho ?
ResponderExcluirUm almirante-mula, uma mula-almirante ou ambos?
ResponderExcluirDefinitivamente, um almirante q aceita o papelão ignóbil de mula TEM q ser mula antes de ser almirante. Conclusão: o cabra é os dois. Primeiro uma mula virada almirante. Depois disso, fácil transformar um almirante (q tb é mula) numa mula (q tb é almirante).
Dada a enorme quantidade de mulas de alta patente, parece q as FA são um celeiro de mulas.
E este sábio militar foi ministro de MINAS e ENERGIA durante 3,5 anos do DESgoverno Bolsonaro.
ResponderExcluirO que um almirante entende de MINAS?
O que um almirante entende de ENERGIA?
Agora dá pra entender por que CRESCEU TANTO A MINERAÇÂO EM TERRAS INDÍGENAS? O ministério comandado por este imbecil não tinha qualquer interesse em controlar ou reduzir a mineração em terras indígenas!
Era mais um, dos muitos pazuellos, das FA.
ExcluirInfelizmente nossas instituições militares foram no mínimo ridicularizadas no governo desta aberração.
ResponderExcluirForam ridicularizadas, é verdade. MERECIDAMENTE. Foi tão fácil q não dá pra levá-las a sério. Pense bem. Pazuellos e mulas e cids. Não valem NADA.
ExcluirSim. Com certeza, ridicularizadas. Na minha opinião, foram corrompidas. E foi facílimo cooptá-las. Até mula milico virou!
ExcluirHistória mal contada, uma ova. Trata-se de pilantragem, mesmo!
ResponderExcluirOuvi na Globo. Que o Boçal vendeu uma refinaria aos árabes a preço de banana (uma empresa de Jegues deu o valor). As jóias são o capilé.
ResponderExcluirPode ser.
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