Valor Econômico
Lula apostava no eventual sucesso da viagem
para destravar impasses internos
O adiamento da viagem do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva lhe trouxe mais prejuízos políticos que diplomáticos. O
Itamaraty agora aguarda que a China sinalize com uma data mais conveniente, mas
não se duvida do interesse do presidente Xi Jinping em remarcar o encontro com
brevidade. No novo formato, será uma visita de Estado sem comitiva empresarial,
que, em grande parte, já havia viajado para o seminário desta segunda-feira em
Pequim. Em abril, Lula já tem visitas a Portugal e Espanha marcadas, o que
torna mais provável uma data a partir de maio.
Antes da posse, diplomatas chineses disseram ao assessor especial da Presidência, Celso Amorim, que gostariam que o país fosse o primeiro a ser visitado por Lula. Ante o argumento de que isso feria a tradição de uma visita inaugural à Argentina, insistiram para que fosse o primeiro fora da América. Ante as evidências de que a visita aos Estados Unidos já estava prevista desde o fim do segundo turno, marcou-se, então, a data que acabaria por ser adiada em função da pneumonia de Lula.
Lula apostava no eventual sucesso desta
viagem para destravar impasses internos, notadamente o da âncora fiscal. Não se
esperava mudança no formato do arcabouço com a viagem, mas com os compromissos
de investimento que esperava anunciar, formalizando a entrada do Brasil no
“Belt&Road”, como ficou conhecida a iniciativa chinesa de expansão global,
Lula esperava reforçar a confiança, minada pelo dissenso sobre o alcance da
austeridade fiscal.
Agora o ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, que esteve na sexta com Lula, antes, portanto, do cancelamento da
viagem, aguarda o presidente para a agenda do arcabouço fiscal. Nesta segunda
se completam dez dias que as regras lhe foram apresentadas. A constatação de
que a agenda atropelada da véspera da viagem precipitou a pneumonia pressiona o
presidente a moderar os compromissos. A avaliação generalizada é de que Marco
Aurélio Ribeiro, o chefe de gabinete, não tem sido capaz de conter a tendência
de Lula de abarcar o mundo com as mãos nesta volta ao poder.
O chefe de gabinete está com o presidente
há oito anos, mas não tem a mesma autoridade de Gilberto Carvalho, titular da
função durante os dois mandatos de Lula, para impor limites às demandas que
chegam ao presidente. Tem 38 anos, 16 anos a menos que Carvalho ao assumir a
função.
Lula tem se movido pela ansiedade de alargar
a aprovação das urnas. Se já se sentia acossado pela sobrevivência do
bolsonarismo, a despeito de uma conjuntura de revezes para o ex-presidente,
acresça-se agora o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), que voltou às
manchetes graças à verborragia de Lula. Atiçada por ministros como o da
Comunicação Social, Paulo Pimenta, a ansiedade não encontra guarida em outros,
como Haddad.
Da ata do Copom, nesta terça-feira, à
recepção do arcabouço fiscal, passando pela arenga entre os presidentes da
Câmara e do Senado em torno do rito das medidas provisórias, a semana não
poderia ser mais pesada para um convalescente. A arenga só não é mais dramática
porque a maior parte da reforma tributária não depende de MP. Contra a
prevalência de Arthur Lira na matéria pesa a necessidade de mudar a
Constituição para manter o rito simplificado de MPs da pandemia.
A pompa, circunstância e otimismo de uma
viagem à China dão lugar ao feijão com arroz de disputas como a tributação
sobre as varejistas do comércio virtual daquele país. Só o refluxo da
dramaticidade excessiva da semana que passou pode chamar os agentes da política
e da economia de volta à racionalidade.
A colunista mostra o ENORME interesse de grandes países receberem a visita de Lula! Por que será que nenhum deles queria receber Bolsonaro? Os míopes que enxergam tantas semelhanças entre Lula e o GENOCIDA não ficam curiosos com esta diferença na forma como os grandes países tratam estes 2 políticos brasileiros?
ResponderExcluirEnquanto isto, anões do colunismo brasileiro como Magnoli e Rosenfield tentam desmerecer a valorização mundial que a liderança democrática de Lula recebe de grandes países e líderes mundiais...
ResponderExcluirKkkkkkkkkkkkkkkkkkkkjkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirTomara que morra de pneumonia, o velho gordo pinguço
ResponderExcluirA diferença entre Lula e Bolsonaro é abissal.
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