Valor Econômico
Declarações estão sendo usadas para
associar combate à operação com a leniência com o crime organizado e a
corrupção
Se alguém tinha dúvidas de que o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva sabia que estava ao vivo na entrevista ao “Brasil
247” quando disse o que pensava na prisão, ele tratou de dissipá-las com a
afirmação de que os ataques planejados por uma facção criminosa foram uma
armação do senador Sergio Moro.
Lula voltou ao poder no modo “tô pouco me
lixando”. Se a psicanálise se debruçar sobre o que ele passou desde Curitiba
até a eleição há de encontrar as causas. Para a política importam as
consequências. Que já deveriam ter soado o alarme no Palácio do Planalto.
Se o governo investiga a autorização da operação pela juíza Gabriela Hardt, que substituiu Moro na Lava-Jato, eventuais suspeitas só poderiam vir à tona se comprovadas. O presidente e seu governo são as primeiras vítimas da cortina de fumaça lançada por ele sobre a operação.
Do ministro da Justiça, Flávio Dino, aos
senadores da base governista que se revezaram nessa quarta-feira (22) no
plenário, a linha de defesa foi uma só: o desbaratamento dos atentados em curso
foi obra da Polícia Federal. E todos, em uníssono, prestaram solidariedade ao
ex-juiz. Só o presidente da República não o fez. Sem apresentar evidências para
as insinuações feitas, Lula autoriza a conclusão de que é a mágoa que o move.
Não tem como o país voltar à normalidade com um presidente movido por este
combustível.
Lula ainda oferece à oposição uma saída das
cordas às quais havia sido jogada depois do inexplicável expediente das joias
sauditas. Foi isso que se viu ao longo dos apartes feitos a Moro ao longo de
seu pronunciamento no Senado. Numa salada de acusações a oposição ressuscitou a
Lava-Jato e associou o combate à operação com a leniência com o crime
organizado e a corrupção.
É claro que é oportunista. Mas estas são as
duas bandeiras que moveram o eleitorado de oposição a apertar 57 milhões de
vezes pela recondução de Jair Bolsonaro. A maneira desdenhosa com a qual Lula
as trata parece desconhecer que isso aconteceu há apenas cinco meses.
Seu governo ainda não mostrou a que veio em
nenhum dos dois temas. Se o relançamento do Pronasci tem o mérito de tentar
evitar que os jovens da periferia sejam recrutados pelo crime, parece claro que
o programa nacional de segurança não pode se limitar a esta iniciativa.
Se a montagem da base parlamentar passa
pela reincorporação do Centrão, tampouco está claro como as instituições de
controle se preparam para dar conta da retomada de suas posições - das emendas
aos ministérios, passando pelas estatais.
O modo presidencial “tô pouco me lixando”
invade os conflitos entre a Câmara e o Senado e prejudica a capacidade de
mediação do presidente entre os partidos que disputam espaços de poder. Isso
não poderia estar mais claro neste enfrentamento sobre o rito das medidas
provisórias que levou o presidente da Câmara ontem a dizer que não sabe quem
manda no Senado.
O presidente mandou muito bem na invasão
dos palácios do poder em 8 de janeiro ao recusar a operação de Garantia da Lei
e da Ordem. Os invasores estão presos e respondem a inquéritos. Menos de três
meses depois de sua eleição, salvou, pela segunda vez, a democracia.
O combate ao crime organizado vai além.
Enfrenta organizações armadas, com conexões internacionais e que age em
associação com agentes públicos que se espraiam na polícia, na política e no
Judiciário. O tema já mostrou ser mais do que suficiente para manter o bolsonarismo
vivo e em condições de acuar o governo Lula. E dispensa a ajuda do presidente
para fazê-lo.
Lula resolve bulir com o tema num momento
em que a principal motivação do seu eleitor, a melhoria da economia e da renda,
claudica. Estendeu seu “sincericídio” à política monetária num momento em que
as visões críticas à sua condução já estavam suficientemente amadurecidas até
entre aqueles que fazem preço na economia. O comunicado do Copom também é um
espólio de guerra. Se Lula resolveu comprar todas as brigas ao mesmo tempo,
que, pelo menos, o faça calado.
Nofa, Lula tá enfezado eh? Achei que o amor tinha vencido kklkk. Faz coração com as mãozinhas que tudo fica bem kkkkkk
ResponderExcluirNão se trata de um bem pensado “tô nem ligando”, trata-se de um falastrão inconsequente, metido a animador de auditório mas o auditório dele não passa de uma multidão de “boquinhas” .Está se igualando em tudo à aberração que fugiu.
ResponderExcluirPsicanaliticamente, não tá conseguindo elaborar a culpa!!!
ResponderExcluirParte dos vândalos liberados recentemente pelo Xandão depois de terem sido presos em 8/1 já estão começando a voltar à ativa...
ResponderExcluirTá achando que é fácil governar?
ResponderExcluirEsse lulla é um pilantra mesmo, além de ladrão.
ResponderExcluirTexto perfeito da colunista. Pessoal com tornozeleira eletrônica liberado do 8/1 não pode se manifestar nas redes sociais, é uma das condições da liberdade autorizada pelo STF...
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