O Estado de S. Paulo
Cid abre nova linha de investigação: a de um esquema internacional de joias
O Rolex cravejado de diamantes que o
tenente coronel Mauro Cid vendeu, ou tentou vender, leva as investigações
policiais para um novo campo explosivo, o de um esquema de joias entre a turma
do ex-presidente Jair Bolsonaro e os EUA. Cid, que foi braço direito e ajudante
de ordens (cada ordem!) dele, está no centro dessas investigações.
Segundo fontes responsáveis, há um novelo de conexões. O fio começou a ser puxado quando o Estadão revelou o estojo milionário de joias e diamantes da Arábia Saudita para a família Bolsonaro, que moveu mundos e fundos para tentar resgatá-lo da Receita Federal, com a, digamos, preciosa ajuda de Mauro Cid.
Depois vieram mais dois estojos de
diamantes – masculinos. E estes não estavam com a Receita, mas com a família
presidencial – ilegalmente. E, como ninguém imagina Michelle Bolsonaro saindo
por aí com aquele colar deslumbrante, nem Bolsonaro com os relógios
espetaculares, o que eles pretendiam fazer com aquilo tudo?
A resposta começou a surgir quando o Coaf
identificou movimentações financeiras estranhas de Mauro Cid, de R$ 3,7 milhões
em dez meses, com depósitos, vejam bem, para um ourives. Sim, um ourives, que
desenha, faz e ou vende joias. Além dele, para o sargento Marcos dos Reis, que
foi da Ajudância de Ordens de Bolsonaro com Cid, e um tio da mulher do coronel.
Com o Rolex de R$ 300 mil, surge Maria
Farani Rodrigues, que trabalhou na Presidência com Cid e Reis e, depois, com a
senadora Damares Alves. Maria foi quem trocou mensagens com Cid sobre o
relógio, com uma curiosidade: em inglês. Também como curiosidade, o pai de Cid,
general da reserva Mauro Cid, era chefe da Agência Brasileira de Promoção de
Exportações (Apex), em Miami, e o irmão dele, Daniel Cid, tem um belo
patrimônio nos EUA.
Cid vai afundando, sob o peso de relógios,
colares e pulseiras das Arábias, movimentações financeiras esquisitonas,
depósitos suspeitos para Michelle, atestados falsos de vacina, vazamento de
inquéritos sigilosos da PF para reforçar as fake news contra as urnas
eletrônicas e, “last, but not least”, como preferiria Maria, mensagens
golpistas e uma minuta de golpe que combina bem com a encontrada com
ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que depõe nesta semana na CPMI do
Golpe.
Até quando Cid e Torres vão matar no peito,
pagando alto preço por tudo isso, como se não tivessem um chefe, um
beneficiário direto de todas peripécias? Uma coisa é certa: aquele Bolsonaro
simplesinho, que recebia autoridades estrangeiras com mesas de fórmica e copos
de geleia, já era. O Bolsonaro de hoje é muito mais reluzente.
After the Golden Shower, now the Golden Ass:
ResponderExcluirWHERE DID 'THE MITH' STUCK THE PRECIOUS ROLEX?
É...
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