quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Vera Rosa - O recado de Marta para Valdemar

O Estado de S. Paulo

Presidente do PL lança estratégia para provocar Centrão e Bolsonaro

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, sabe muito bem que Marta Suplicy não vai se filiar ao partido de Jair Bolsonaro para ser vice na chapa do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição. Mesmo assim, Valdemar “lançou” o nome da secretária de Relações Internacionais da Prefeitura na praça como parte de uma estratégia política.

As adiantadas investigações da PF sobre Bolsonaro fizeram o mandachuva do PL acelerar as conversas porque tudo indica que o ex-presidente não será o cabo eleitoral idealizado por ele para 2024, muito menos na capital. Se Bolsonaro não estiver preso após o escândalo da venda de joias da Arábia Saudita, que envolveu até militares do governo, é provável que tenha de ser escondido na campanha por se tratar de um padrinho tóxico para Nunes.

Uma recente pesquisa apresentada por Duda Lima – o marqueteiro que foi citado pelo hacker Walter Delgatti e hoje trabalha como consultor do prefeito – mostra que o apoio do expresidente a Nunes resulta em saldo negativo. O levantamento revela que, quando Bolsonaro aparece ao lado do prefeito, tira dele dois votos e dá apenas um. “Não sou bolsonarista. Sou ricardista”, costuma dizer Nunes.

Não foi à toa, porém, que o herdeiro de Bruno Covas “colou” em Tarcísio de Freitas: o respaldo do governador assegura a ele dois votos e subtrai um.

Nesse cenário, o aceno de Valdemar a Marta indica que o PL tenta atrair uma ala do centro que não vota em Bolsonaro, mas também não quer Guilherme Boulos, do PSOL. O principal desafiante de Nunes conta com o apoio de Lula.

Ex-prefeita, Marta foi filiada ao PT por 33 anos e rompeu com a sigla após ter sido ministra em duas ocasiões. Passou por MDB e Solidariedade e há quase três anos está sem partido. “Participar do processo eleitoral não está no meu radar e por isso não cogito uma nova filiação partidária”, disse ela à coluna. “Diante de tantas notícias bizarras e inimagináveis, e de tanta coisa acontecendo, muita água irá rolar embaixo dessa ponte.”

Valdemar, por sua vez, não esconde a preocupação com a capital. O PL quer ter o vice na chapa de Nunes, mas já admite até mesmo negociar a vaga na aliança com o Centrão. E Valdemar indica que ele, e não Bolsonaro, dará as cartas. “Essa disputa não é fácil e precisamos de um vice que agregue. Marta se afastou da esquerda e tem votos”, insistiu o presidente do PL. Antes de encerrar, Valdemar lembrou uma frase do vicepresidente José Alencar, morto em 2011: “São Paulo é um lugar em que, se a gente atravessar o samba, perde a eleição”.

O problema é que hoje, na política, os atravessadores também vendem joias do acervo presidencial...

 

4 comentários:

  1. Se Marta houver que ser candidata, que seja candidata a prefeita e não a cabo eleitoral.
    ▪Que Marta se filie ao Partido Cidadania e seja candidata a prefeita, e não candidata a vice-prefeita nesse esquema ligado a Bolsonaro e Valdemar... Se ainda houver Cidadania até as eleições, mas eu espero que até lá ainda haja Cidadania e que aquele partido político tão necessário na pequeníssima oposição qualificada e responsável não seja transformado por interesseiros eleitoreiros em lulodania ou bolsodania.


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  2. ▪Marta Suplicy para prefeita, candidata pelo Partido Cidadania23
    ▪Tábata Amaral para vice-prefeita, na chapa de Marta Suplicy

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  3. Haverá vida após o lulismo e o bolsonarismo, se o Cidafania sobreviver!

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