Folha de S. Paulo
Qual desses crimes mais repercutirá entre
os bolsonaristas? Depende de quais bolsonaristas
Bolsonaro golpista,
genocida ou ladrão —qual pagará primeiro? Os tribunais a que ele está
respondendo ainda não decidiram a ordem em que será incriminado, donde,
enquanto eles não chegam lá, é melhor marcar um palpite triplo. O importante é:
qual desses crimes mais repercutirá entre os seus fiéis? O lance é livre, mas,
antes de apostar, temos de distinguir entre os bolsonaristas. Eles se dividem
em três grupos.
O primeiro é o dos cínicos, que sempre conheceram Bolsonaro e nada do que ele fizesse os surpreenderia. São os seus colegas de Brasília, para quem, com ele na Presidência, haveria dias prósperos pela frente. É também o de certos empresários, de quem Bolsonaro há muito se aproximara e que sabiam que, sob sua asa, podiam dispensar os escrúpulos. E de uma casta de policiais, operadores de dinheiro vivo, pequenos pilantras e a turma da pesada, capaz de valentias, queima de arquivos e execuções.
Um segundo grupo é o dos que desconfiavam
que Bolsonaro não era flor que se cheirasse, mas o apoiaram na certeza de poder
controlá-lo, de botá-lo sob a hierarquia. São basicamente os militares. Havia
os ingênuos, que sabiam do seu prontuário de caserna e do que já fora capaz
—insubordinação, baderna, terrorismo—, mas para quem, como presidente, ele não
repetiria as indisciplinas de capitão e poria o país nos eixos, "como em
1964". E os gorilas assumidos, para quem Bolsonaro era a porta para a
ansiada volta à ditadura, da qual o Brasil "nunca deveria ter saído".
E um terceiro grupo, o dos crédulos,
bovinos e pascácios, que, por não o conhecerem, deixaram-se hipnotizar pela sua
fantasia de vestal, viram-no como um enviado do divino e acreditaram que, com
ele, seria o fim da roubalheira.
Os políticos não se alteram pelo Bolsonaro
golpista e os militares se recusam a vê-lo como genocida. Mas os pascácios, com
razão, não gostam de ladrões.
Muito bom! Mas parece difícil que o canalha seja julgado por genocídio, embora haja 2 acusações deste tipo.
ResponderExcluirA primeira foi durante a pandemia, quando ele levou à morte milhares e milhares de brasileiros combatendo o distanciamento interpessoal e estimulando aglomerações, atrasando a compra de vacinas e recusando tomá-las e apoiá-las, criticando o uso das máscaras e desobedecendo a obrigação de usá-las em público, recomendando cloroquina e outros medicamentos ineficientes como se fossem funcionais.
A segunda acusação foi no fim do seu mandato, quando Bolsonaro conscientemente deixou os ianomâmis chegarem a situações inimagináveis, recusando seguidamente pedidos de auxílio vindos dos índios e de profissionais que os tratavam, negando envio de medicamentos, médicos, enfermeiros, alimentos, levando o STF a OBRIGAR o DESsgoverno Bolsonaro a tomar medidas que estavam sendo pedidas HÁ MESES. Nas primeiras semanas do governo Lula, o mundo descobriu o GENOCÍDIO provocado por Bolsonaro e seu DESgoverno entre os ianomâmis, com dezenas de mortos, centenas de doentes que não eram tratados, crianças esqueléticas, como resultado da falta de ação e interesse de Bolsonaro em atender as demandas anteriores deste povo. Bolsonaro desprezava os indígenas e deixou que a situação deles se deteriorasse ao extremo, mesmo sabendo que as mortes e doenças se alastravam entre eles. Enquanto isto, o canalha se apresentava como religioso e cristão durante a campanha eleitoral...
São tantas falcatruas!
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