O Estado de S. Paulo
O fim do ano está se aproximando, vem mais feriado por aí e as votações dos projetos vão embolar
A ida do ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, ao Congresso na semana passada para um encontro com o presidente da
Câmara, Arthur Lira, parecia indicar que finalmente o pacote tributário do
governo começaria a andar. Não foi isso que aconteceu. Haddad acertou com Lira
a indicação do relator e a unificação, num mesmo projeto, das mudanças na
tributação de investimentos fora no País (offshore) e em fundos exclusivos dos
super-ricos.
A intenção era juntar também a proposta de alteração na tributação dos Juros sobre Capital Próprio (JCP), um tipo de remuneração dos acionistas de grandes empresas.
A semana começou com a agitação total do
relator, deputado Pedro Paulo, que na terça à noite já estava com um parecer
pronto para votação no dia seguinte. Mas a quarta-feira chegou, e os líderes
decidiram postergar a votação para o dia 24. A insistência em colocar uma
solução “meio-termo” para a tributação do JCP acabou atrapalhando. Os líderes
não aceitaram e disseram, publicamente, que não estão sendo ouvidos.
Lira, que acenou com apoio ao andamento da
agenda de Haddad, não emplacou como costuma fazer quando quer tratorar a votação
de um projeto. Ou porque não quis de fato ou o seu “cafezinho” já começou a
esfriar antecipadamente. Assunto, aliás, que já é tema das rodas políticas da
capital. Em Brasília, café frio é sinônimo de proximidade de perda do poder.
Aliados afirmam que ele segue forte e vai conduzir a sua sucessão para
continuar influente no colégio de líderes ao deixar o cargo.
O governo levou uma bola nas costas com a
decisão do Congresso de deixar caducar duas medidas provisórias – uma
relacionada ao programa automotivo, e outra que tratava da reoneração do
diesel, que foi feita para financiar os descontos do programa. Em vez de ajudar
a melhorar a arrecadação, Haddad perdeu receita.
O próximo teste será a extensão da votação da
desoneração da folha, aprovada na Câmara no fim de agosto e que pode ser votada
mais rapidamente do que deseja o governo. O projeto desonera os municípios das
contribuições previdenciárias para os seus servidores. A movimentação nos
bastidores de setores e municípios é para que isso ocorra. A articulação do
governo não vai poder dizer que foi surpreendida.
O fim do ano está se aproximando e tem mais feriado pela frente. As votações dos projetos vão embolar. É o período conhecido como as votações do “fim do mundo”. O custo sempre aumenta. Ainda mais na véspera de ano eleitoral. As eleições municipais já estão pautando a ação dos deputados e senadores.
Bem informativo.
ResponderExcluirA ver,ou vir.
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