O Globo
Após bloquear resolução brasileira na ONU, presidente americano reforça apoio incondicional a Israel e pede mais dinheiro para guerras
Os Estados Unidos vetaram a proposta
brasileira para frear a guerra no Oriente Médio. O texto recebeu apenas um voto
contrário: o americano. O suficiente para impedir a aprovação no Conselho de
Segurança da ONU.
A resolução condenava os ataques terroristas
do Hamas, cobrava a libertação de todos os reféns e pedia “pausas humanitárias”
nos bombardeios de Israel.
Ao justificar o veto, a embaixadora Linda
Thomas-Greenfield criticou a ausência de menção ao “direito de defesa”
israelense. Na prática, isso equivaleria a reconhecer um direito de ataque a
Gaza, onde extremistas dividem espaço com civis inocentes.
O texto barrado pelos EUA não falava em cessar-fogo generalizado. Tampouco proibia Israel de usar força militar contra os terroristas. Limitava-se a exigir acesso “rápido, seguro e sem obstáculos” aos comboios de ajuda humanitária. O objetivo era proteger funcionários da própria ONU, da Cruz Vermelha e de outras organizações imparciais, que tentam levar água, comida e assistência médica aos palestinos.
Gaza concentra 2,3 milhões de habitantes numa
área de 365 km2, equivalente a um quarto da cidade de São Paulo. A região
pertenceu ao Egito até 1967, quando foi tomada por Israel na Guerra dos Seis
Dias. Depois de 38 anos, os israelenses deixaram o território, mas mantiveram
os palestinos confinados.
Em 2009, o presidente francês Nicolas Sarkozy
definiu Gaza como a “maior prisão a céu aberto do mundo”. Agora o presídio teve
a luz cortada, está sob uma chuva de foguetes e vive a iminência de uma invasão
por terra.
Enquanto os EUA bloqueavam uma saída
negociada, Joe Biden posava ao lado de Benjamin Netanyahu em Tel Aviv. O
presidente americano reforçou o apoio incondicional a Israel e endossou a
versão do aliado para a explosão que matou centenas de inocentes no hospital
Al-Ahli. O caso ainda requer investigação independente, mas é sabido que os
israelenses já haviam danificado dez unidades de saúde em Gaza.
Biden está preocupado em salvar sua
reeleição. Para demonstrar força, mantém a ONU de mãos atadas e se apresenta
como o homem providencial que resolverá as guerras pelo mundo. A aposta no
unilateralismo o associa a um possível agravamento da crise em Gaza. Ontem ele
foi à TV e pediu mais dinheiro para financiar operações militares. A Pax
Americana custa caro — e em dólar.
EUA e União Europeia são cúmplices do terrorismo de Estado de Israel. O direito de defesa de Israel inclui ASSASSINAR MAIS DE 950 CRIANÇAS PALESTINAS?
ResponderExcluirOs dois lados estão errados.
ResponderExcluirSim, dos dois lados têm erros ; e não são erros pequenos.
ExcluirO ser humano é um blefe.
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