O Globo
Em voo cego, tucanos mal lembram o partido
que governou o país por oito anos
Na semana de Finados, os tucanos deram mais
um passo rumo à extinção. Foram despejados do gabinete que pertencia à
liderança do partido no Senado.
O PSDB começou o ano com quatro senadores.
Após as deserções de Mara Gabrilli e Alessandro Vieira, restaram apenas dois.
Um a menos que o necessário para ter direito à sala própria.
Além de perder o espaço de reuniões, a sigla teve que dispensar cerca de 15 assessores. “O trabalho vai ficar mais desconfortável”, admite o senador Izalci Lucas, um dos últimos remanescentes no ninho.
Em voo cego, os tucanos parecem condenados à
derrocada. Sobrou pouco da legenda que governou o país por oito anos e disputou
o segundo turno em outras quatro corridas presidenciais.
Os símbolo do declínio é São Paulo, antiga
cidadela do partido. Entre 1994 e 2018, o PSDB venceu sete disputas seguidas
pelo governo do estado. No ano passado, Rodrigo Garcia tentou a reeleição e
terminou em terceiro lugar.
A queda livre começou em 2014, quando Aécio
Neves não aceitou a derrota nas urnas e tentou questionar a contagem de votos.
Impaciente, a legenda desistiu de esperar e aderiu ao impeachment como um
atalho para voltar ao poder.
A carona durou pouco. A Lava-Jato, que só
atingia a esquerda, recalculou a rota e passou a depenar os tucanos. Aécio
escapou da cadeia, mas foi alvejado por grampos e operações da PF.
Depois disso, o partido acelerou ladeira
abaixo. Em 2018, o eleitorado antipetista migrou para o colo de Jair Bolsonaro.
Geraldo Alckmin foi abandonado e acabou com menos de 5% dos votos.
Em 2022, foi a vez de João Doria levar uma
rasteira dos correligionários. A legenda desistiu de lançar candidato próprio,
e sua bancada da Câmara encolheu para 13 deputados. Alckmin farejou o
naufrágio, saltou do barco e se elegeu vice-presidente em aliança com o PT.
Sem perspectiva de poder, o PSDB continua a
minguar. Em São Paulo, a sigla começou o ano com 238 prefeitos. Hoje tem apenas
43. A revoada parece indicar um novo fiasco nas eleições municipais.
Saudade da rivalidade entre os coxinhas e mortadelas,nunca tomei partido,Lula e FHC são ótimos.
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