Folha de S. Paulo
Agressões mútuas não reconhecidas explicam
conflito em Gaza
A expressão t-1, frequente em equações da
física, ajuda a entender o conflito em Gaza. Se você cobrar um israelense pelos
inclementes bombardeios contra civis palestinos, ele recuará um instante no
tempo, o t-1, e dirá que eles são uma resposta ao ataque terrorista do Hamas no
último dia 7. O palestino, por sua vez, quando questionado, voltará mais um
pouco, fazendo referência a décadas de ocupação violenta de territórios
palestinos por Israel.
É claro que o israelense não se dará por vencido e lembrará que foram os árabes que não aceitaram a partilha determinada pela ONU em 1947 e atacaram Israel no ano seguinte. Os palestinos retrucarão afirmando que a organização não tinha o direito de pegar as terras que eles "sempre ocuparam" e entregá-las aos judeus. E assim, de -1 em -1, retornamos aos tempos bíblicos, onde teriam começado as primeiras escaramuças entre judeus e árabes, os dois povos de Abraão.
Psicólogos e sociólogos que estudam
conflitos, que podem se dar entre países, povos, grupos ou indivíduos, estão
familiarizados com esse padrão de agressões mútuas que ganham escala. Um lado
pode até admitir que em algum momento reagiu de modo inadequado a uma ofensa da
outra parte, mas a tendência é que considere isso algo menor, que de modo algum
justificaria a resposta exacerbada dada pelo inimigo.
É difícil, mas não impossível interromper
esses ciclos. O primeiro passo é reconhecer que as queixas do outro lado têm
bases reais. O segundo é encontrar um parâmetro a partir do qual negociar. Dado
que nem os palestinos conseguirão empurrar os judeus para o mar nem os judeus
podem seguir fingindo que os palestinos não têm direitos, um bom ponto de
partida é a partilha da ONU de 1947, ou seja, a solução de dois Estados.
Os obstáculos são enormes e agora parecem
intransponíveis. Mas daí não se segue que seja impossível para sempre. Já quase
deu certo nos anos 1990.
É isto!
ResponderExcluirهذا
Excluirזֶה
ExcluirThat's it!
ExcluirPerfeito! Mas o que faz agora o governo do criminoso Netanyahu? Ataca a ONU e seu Secretário-geral, mata mais de 60 funcionários da ONU e se apresenta como o bem contra a barbárie! Assassinando mais de 2 mil crianças palestinas e MILHARES de civis palestinos pra vingar a morte de dezenas de crianças israelenses e centenas de outros civis. Com a cumplicidade de diplomatas israelenses espalhados pelo mundo, com as mãos tão sujas de sangue quanto o governo israelense.
ResponderExcluirBasta ler o robô Daniel neste e no texto do xará mentiroso para entender que será enxugar gelo. A saída é obviamente política, mas com a "direita judia" de um lado e a "esquerda islâmica" do outro será muito difícil. Entender essa luta como uma refrega milenar entre primos-irmãos é idiotia.
ResponderExcluirÉ guerra santa contra o Ocidente e tudo que ele representa.
MAM
Equalizar o senso do amor ao próximo ajuda.
ResponderExcluir