Quando Lula declarou que não lutaria por um déficit zero, que determinadas despesas e investimentos são mais importantes, ele se revelou realista e correto
Em 2017, o Congresso aprovou um monstrengo
fiscal, a emenda do Teto de Gastos. Ela determinou o congelamento dos gastos do
governo em termos reais. Como o PIB e a população continuam a crescer,
determinou que esses gastos caíssem em relação à renda nacional e por
habitante.
A armadilha do Teto de Gastos, além de se constituir em um absurdo econômico e de não ter condições de ser cumprida no médio prazo, era uma armadilha econômica e política da qual era difícil sair.
Com a posse de Lula na presidência, seu
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, encontrou uma saída. Teve a ideia e o
governo logrou aprovar o Arcabouço Fiscal, no qual não havia qualquer teto de
gastos. Mas havia nela um compromisso fiscal, não uma obrigação, de se manter o
deficit público zerado. Um compromisso que talvez fosse necessário para a
aprovação da lei, mas não era nem realista nem aconselhável. Um compromisso que
Fernando Haddad vem mantendo.
Quando o Presidente Lula declarou que não
lutaria por um déficit zero, que determinadas despesas e investimentos são mais
importantes, ele se revelou realista e correto. Como era esperado, o mercado
financeiro protestou e a Bolsa caiu, enquanto os economistas e jornalistas
liberais afirmavam que política venceu a economia. Quem realmente venceu foi a
inteligência e o bom-senso.
Por que deficit público zero? A resposta é
pronta: Para baixar a inflação. Mas a meta de inflação é 3,25, com tolerância,
é de 4,75, e a perspectiva de inflação para este anos é de 4,86%. Estamos muito
próximos da meta.
Por outro lado, nos Estados Unidos, que
também está procurando baixar a inflação, o deficit público em relação ao PIB é
de 8,20% e na Zona Euro, 3,6% do PIB. O déficit nos Estados Unidos é
excessivamente alto, não o da Zona do Euro. Não estou propondo que o Brasil
tenha um deficit público semelhante ao ao da Zona Euro, mas um déficit fiscal
zero definitivamente não faz sentido.
*Economista
Perfeito! Os colunistas da mídia aceitavam que o Brasil tivesse a MAIOR TAXA DE JUROS DO MUNDO e apoiavam o presidente do Banco Central. Agora, criticam fortemente o governo que prevê um pequeno déficit público pra 2024, enquanto outros grandes países têm déficits públicos MUITO MAIORES! Fazem qualquer coisa pra criticar um governo petista!
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