Folha de S. Paulo
O imperialismo, o romance, a bossa nova, o
samba, o Carnaval, o Rio, todos já morreram, sabia?
"Antigamente diziam que ou o Brasil
acabava com a saúva ou a saúva acabava com o Brasil", escreveu Rubem
Braga. "Agora estou bastante velho, me lembro dessa história e vejo que
continua havendo saúva e continua havendo Brasil. O pessoal é muito
afobado."
O afobamento não se limita à saúva. Em 1945, o líder comunista Luiz Carlos Prestes, sempre otimista e mal informado, declarou: "A derrota do fascismo é um golpe de que o imperialismo jamais irá se recuperar. O imperialismo está moribundo". Hoje sabemos que o imperialismo não morreu e muito menos o fascismo. O mesmo quanto à profecia do crítico Antonio Moniz Vianna nos anos 60: "O dia em que o western acabar acabará também o cinema". Os westerns eram então uma importante fatia na produção de Hollywood. Bem, o western já acabou há décadas e o cinema continua por aí.
A morte do romance já foi decretada umas mil
vezes desde que Joyce publicou
"Ulisses", em 1922. Voltaram a dizer isso quando Faulkner publicou
"O Som e a Fúria", em 1929. E, no Brasil, o mesmo quando Guimarães
Rosa publicou "Grande Sertão: Veredas", em 1956. Como se vê, o
romance já morreu e não sabe, e as livrarias estão abarrotadas de ectoplasmas.
Da mesma forma, perdi a conta de quantas
vezes decretaram a morte da bossa nova, do samba e do Carnaval.
Faltou combinar com os rapazes que continuam a tocar bossa nova nos pequenos
espaços, com as dezenas de rodas de samba que existem no Rio e com as massas
que tomam as ruas do Brasil no Carnaval.
Idem, o Rio. Começou a acabar assim que
Américo Vespúcio passou por aqui, em 1502, e, desde então, nunca mais parou de
acabar. É uma fascinante cidade-fantasma.
Há algumas semanas, dizia-se que o Brasileirão já havia acabado. O título era do Botafogo e só restava decidir quem seria o vice-campeão. Pois o campeonato não acabou e ainda não sabemos quem será o campeão, muito menos o vice.
Claro, não contavam com a astúcia da CBF e a malandragem dos juízes etc Que produziram a situação que temos agora
ResponderExcluirBoa tarde, Beto Beling!
ExcluirEsqueceu-se do Jogo do Bicho. E, quanto ao futebol, o Coringão vem aí, heim!
ResponderExcluirBoa noite.
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