O Globo
Governo vê empresa como grande financiadora do PAC e amplia pressão sobre Prates
A discussão sobre o preço dos combustíveis,
que tem sido a mais frequente modalidade de pressão do Planalto sobre a
Petrobras no governo Lula, assim como foi sob Bolsonaro, na verdade é apenas a
face mais visível do descontentamento com a condução de Jean Paul Prates na
empresa.
Mais importante para Lula que a discussão sobre segurar o reajuste na bomba é saber em que volume e com que velocidade a Petrobras colocará a mão no bolso para financiar os grandes projetos de infraestrutura que são a obsessão do presidente e com que o Tesouro não tem fôlego para arcar sozinho.
Cabe à estatal uma das fatias mais volumosas
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a vitrine de obras e geração de
empregos de Lula, não por acaso sob a batuta de Rui Costa, ministro que hoje
pilota a chama da boca do fogão em que arde a frigideira de Prates.
Reunião recente entre o presidente da
Petrobras e o governo, com quórum similar à de ontem, terminou com essa fritura
no auge. O esboço de plano estratégico exibido por Prates irritou Lula e seus
ministros pela falta de foco em investimentos de curto prazo, capazes de gerar
ganhos de imagem para o petista, e intensivos em geração de novas vagas, dois
dos requisitos colocados à mesa.
Ideias como a compra de ativos no exterior e
um cronograma segundo o qual alguns dos investimentos estariam prontos só bem
depois do fim do atual mandato foram os pontos que azedaram a conversa.
A despeito do claro descontentamento do
Planalto, que ficou evidente na fala ainda que polida de Fernando Haddad ao fim
do encontro, Prates não só manteve o cronograma de submissão do plano às
instâncias da companhia, como programou uma série de viagens apelidada de
“turnê mundial” pelos seus desafetos.
Foi aí que as críticas que vinham sendo
feitas a portas fechadas ganharam de novo os microfones. Como já havia
acontecido em situações anteriores, o porta-voz das cornetadas foi o ministro
de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que se aliou a Costa na busca por um
substituto para o comando da Petrobras.
A Federação Única dos Petroleiros, a FUP, que
nos governos petistas sempre teve grande influência na escolha de presidentes e
diretores da Petrobras, saiu em defesa não exatamente de Prates, mas da reserva
de mercado dessa vaga, de forma a evitar que ela caia nas mãos do Centrão ou de
outros padrinhos que não tenham ligação com a entidade.
Diante desse cenário, o governo vai
caminhando para repetir com a Petrobras um tipo de relação que, quando ganhou
escala, levou a escândalos de corrupção e loteamento político no passado.
Não foi nada republicana a relação de
Bolsonaro com a Petrobras, comprovando que nem o discurso liberal blinda uma
companhia tão poderosa e rica da cobiça política do governo, ainda mais quando
este vem a ser também seu maior acionista.
Lula desde a campanha bate no peito para
anunciar que devolveria à companhia seu papel estratégico na indução do
desenvolvimento, discurso que Prates adotou, muitas vezes em contradição com a
tendência global de as petrolíferas se reposicionarem como empresas indutoras
da transição energética, com o investimento em fontes renováveis.
A pressão explícita sobre Prates para
transformar o plano estratégico em extensão do PAC, a cobiça política pela
presidência (e, consequentemente, pelas diretorias) e as recentes alterações na
governança da empresa para torná-la menos imune a ingerência política, no
entanto, vão além disso.
Se a cobrança for bem-sucedida e levar Prates
a cair ou a capitular para se segurar no cargo, o sinal dado ao mercado, ao
exterior e à classe política é que a porteira do aparelhamento político foi de
novo aberta.
A Petrobras continua sendo uma vítima fácil de presidentes irresponsáveis e oportunistas.
ResponderExcluir■Não só a Petrobras, mas muitas Estatais.
■■Solução::
■■■■Privatizar!
■■Privatizar a...Petrobras?
■Sim! Privatizar a Petrobras!
=》Ou vamos deixar um mastodonte como a Petrobras nas mãos de gente como Lula e PT e/ou Jair Bolsonaro?
Já imaginaram se houvesse chance de que a Companhia Vale do Rio Doce estivesse nas mãos destes dois?
■A privatização da CVRD protegeu a Vale da insanidade populista/oportunista de Lula e de Bolsonaro!
A privatização da Petrobras daria um excelente reforço no abatimento da dívida pública, livrando o Brasil do pagamento de uns 2% do PIB por ano em juros e serviço da dívida e contribuindo para mudar a trajetória do endividamento, com efeito positivo imenso sobre o cãmbio e sobre a taxa de juros.
■■■Toda a economia brasileira melhoraria muito se a Petrobras fosse separada em CINCO empresas diferentes e quatro partes fossem privatizadas, com cláusula que obrigasse a que cada parte fosse comprada por empresa diferente.
E a quinta parte?
■Depois de a Petrobras ter seus ativos, seus direitos e suas obrigações separados em cinco empresas diferentes e feitas as privatizações de quatro partes, a empresa que sobrasse nas mãos do Estado permaneceria estatal, como empresa-espelho, e serviria para pesquisa e regulação de mercado, além de ser trabalhada para ser plataforma da transição para uma economia com matriz energética sustentável.
Parte do que fosse arrecadado com a privatização das irmãs-siamesas, depois da separação, seria aportado nesta que permanecesse Estatal, para ser aplicado em pesquisa e investimento em energia renovável, uma urgência para o que o Brasil hoje não conta com R$1,00 real.
Mas, atenção::
■Para privatizar a Petrobras deve ser condição o fortalecimento e garantia de autonomia da Agência de Regulação e a abertura e estímulo à importação de combustíveis, para garantir concorrência, preços e abastecimento normais.
Sei.
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