Folha de S. Paulo
Aparelho foi criado para bisbilhotar rivais e
ajudar família do presidente a fugir da polícia
Quando passou um pito em sua equipe e
reclamou dos órgãos de inteligência que deveriam abastecer seu gabinete, Jair
Bolsonaro pegou mais leve com um departamento específico. Na
famosa reunião
ministerial de abril de 2020, o presidente se queixou da Polícia
Federal e das Forças Armadas, mas disse que a Abin lhe dava
"algumas informações".
Bolsonaro afirmou que a agência ainda tinha um problema de "aparelhamento". Meses depois, o problema foi resolvido. Em julho, a Abin criou uma máquina operada por homens de confiança do diretor-geral, Alexandre Ramagem, para bisbilhotar rivais e buscar informações para proteger a família do presidente.
As investigações sobre o uso do software
espião FirstMile indicam que Ramagem explorou estruturas, recursos humanos e
dinheiro público para "monitorar sujeitos sem qualquer pertinência com as
atribuições institucionais da Abin". A arapongagem teria envolvido
delegados, agentes da PF, servidores e um sistema comprado por R$ 5 milhões.
A máquina escolheu alvos políticos. Monitorou
um jantar do então presidente da Câmara, Rodrigo Maia, mandou um drone para a
vizinhança do então governador do Ceará, Camilo Santana, e buscou
elos de ministros do STF com o PCC. A qualidade do serviço parece ter
levado a PF a usar a palavra "inteligência" entre aspas no relatório
do caso.
Os agentes também trabalharam para ajudar
o clã Bolsonaro a fugir da polícia. Um grupo levantou informações contra
auditores da Receita para anular a investigação da rachadinha de Flávio. Outro
servidor recebeu ordens para buscar provas que pudessem salvar Jair Renan de
suspeitas de tráfico de influência.
O ex-presidente nunca disfarçou o interesse
em instalar dentro do governo um "sistema de informações" particular,
financiado pelo contribuinte. Também jamais escondeu o objetivo de xeretar
opositores e blindar seu grupo político. "Eu não vou esperar foder a minha
família toda, de sacanagem", avisou, naquela mesma reunião de 2020.
A fatídica reunião ministerial de abril de 2020... Como não lembrá-la cada vez que discutimos o DESgoverno Bolsonaro? Ricardo Salles, o passador da boiada! A HEMORROIDA de Bolsonaro... Guedes se vangloriando por deixar os trabalhadores sem reajuste por mais de 2 anos! O olavista Abraham Weintraub, ministro da EDUCAÇÃO, sugerindo a prisão dos ministros do STF... Quanta barbaridade aconteceu naquelas poucas horas! E tem gente que acha que o governo Lula é do mesmo tipo que o DESgoverno Bolsonaro!!!
ResponderExcluirExatamente!
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