terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Míriam Leitão - Indústria elogia plano do governo para o setor

O Globo

CNI afirma que a medida é positiva por focar em desenvolvimento sustentável, investimento em produtividade e inovação

Por Ana Carolina Diniz

A indústria recebeu positivamente ao lançamento pelo governo federal da nova política industrial do país com promessa de financiamentos de até R$ 300 bilhões até 2026. Segundo o BNDES, deste total, R$ 250 bilhões serão mobilizados pelo banco.

Em nota, a CNI elogiou o programa Nova Indústria Brasileira e considera que a iniciativa é "positiva por focar em desenvolvimento sustentável, investimento em produtividade e inovação e comércio exterior". Afirmou ainda que o "governo brasileiro está no caminho certo ao lançar uma nova política de neoindustrialização".

- Esse é o anúncio de uma política pública moderna, que redefine escolhas para o desenvolvimento sustentável, com mais investimento, produtividade, exportação, inovação e empregos, por meio da neoindustrialização - disse o vice-presidente da CNI e representante da entidade na cerimônia de lançamento, Leonardo de Castro.

Já a Fiesp, também em nota, afirmou que o "lançamento da nova política industrial é a demonstração de que o governo federal reconhece a importância da indústria de transformação para colocar a economia brasileira entre as maiores do mundo".

A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) também comemorou o anúncio, mas pontuou que é preciso olhar para o passado para não repetir os mesmos erros.

"Enquanto celebramos esse novo impulso, é imperativo olhar para o passado recente, aprendendo com os erros que podem comprometer o sucesso dessas iniciativas. Medidas que gerem um grande impacto no orçamento público, sem, contudo, traduzirem-se em benefícios econômicos tangíveis, devem ser evitadas", afirma, em nota.

Fernando Pimentel, da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, também considerou positiva a iniciativa. Ele disse que, combinado com todo esse projeto, é preciso ter as variáveis macroeconómicas muito bem alinhadas e atuar intensamente na redução do Custo- Brasil.

- O Custo- Brasil atinge R$ 17 trilhões por ano a mais do que a média dos países do OCDE. É o custo de financiamento, deficiências na infraestrutura, insegurança jurídica e regulatória, a insegurança física e patrimonial. É muito meritório que foi apresentado hoje é, mas isso tem que combinar diretamente com a redução do Custo-Brasil e com a redução de distorções que afetam a produção brasileira. Por exemplo, a indústria têxtil compete com plataformas internacionais que não pagam impostos até 50 dólares. E nós pagamos.

Na opinião de José Edson, presidente da Associação Brasileira da Indústria de produtos para animais de estimação, a medida é positiva, mas atinge mais as indústrias de inovação e de tecnologia. Para a indústria de alimentação, não traz assim grandes novidades, diz ele.

- Na nossa indústria, o grande gargalo são os tributos. E a reforma tributária só vigora daqui a dois anos. Então, por não ser considerada uma indústria essencial, vamos continuar trabalhando com uma carga tributária de 54,2% até 2026.

 

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