Correio Braziliense
Acompanhamos o heroísmo de um grupo de
líderes, quase todos socialistas, lutando para transformar um minúsculo
território em uma nação democrática, progressista, igualitária
Minha geração foi formada pelas ideias
humanistas dos grandes pensadores judeus e tomou conhecimento do mundo vendo as
fotos de campos de concentração e assistindo à luta dos sobreviventes para
criar um novo país que servisse de porto-seguro para os judeus do mundo,
perseguidos ao longo de séculos. Acompanhamos o heroísmo de um grupo de
líderes, quase todos socialistas, lutando para transformar um minúsculo
território em uma nação democrática, progressista e igualitária. Apesar do
incômodo moral diante da expulsão de palestinos nativos, e do incômodo político
diante da arrogante superioridade dos israelenses sobre os palestinos, a
implantação de Israel parecia uma vitória da humanidade, bastando descobrir a
fórmula para a convivência entre israelenses e palestinos em dois estados
diferentes.
O horror ao terrorismo ficava restrito a grupos isolados, como o Lehi judeu e o Hamas palestino. A repulsa aos crimes deles, na violenta estratégia que escolheram para defender seu respectivo país, não contaminavam o respeito pelos povos judeu e palestino, nem eliminava a possibilidade de dois estados com dois povos convivendo em paz, apesar de gestos terroristas esporádicos perpetrados por seus extremistas. A "lógica Hamas-Netanyahu" está mostrando a impossibilidade dessa convivência.
O ato terrorista de 7 de outubro,
assassinando e sequestrando israelenses, e a guerra consequente com o massacre
e a inanição do povo palestino, a destruição de Gaza e a perseguição aos
palestinos na Cisjordânia, onde cada habitante é visto como inimigo, e cada
israelense obrigado a viver cercado e protegido por muros e armas, explica a
lógica de Netanyahu de que a segurança de Israel depende da expulsão do povo
palestino ou sua absoluta subordinação aos israelenses, e também a lógica do
Hamas de que a criação de um estado palestino passaria pela destruição de
Israel.
Nessas condições, o sionismo fica
incompatível com o humanismo que vem do pensamento de judeus. A partir de
outubro de 2023, os judeus, antes identificados com os nomes de Jesus,
Espinoza, Marx, Freud, Einstein, Arendt, Sabin, Sachs, Morin e outros que fundaram
nossa maneira de entender o mundo e querer fazê-lo melhor e mais belo, passaram
a ser identificados pelo nome Netanyahu e de seus ministros.
Há quatro meses, o Correio Braziliense
publicou artigo com o título O Hamas venceu, alertando que a violência das
forças armadas israelenses ao ato terrorista do Hamas levaria a uma derrota
moral e política imediata de Israel e ao crescimento futuro do terrorismo. O
evento da semana passada confirmou. A falsa defesa negando que foram mortos por
balas de soldados israelenses, mas "apenas" pisoteados em
consequência do desespero pela fome provocada por estes soldados, confirma o
alerta.
Para alguns, a "lógica
Hamas-Netanyahu" justifica os crimes das forças armadas sionistas, outros
fecham os olhos aos crimes de terroristas palestinos, mas alguns continuam
defensores do humanismo que aprenderam com judeus antigos: nenhum país justifica
sua existência se depende permanentemente de armas, apartheid, massacre,
inanição forçada de inimigos, nem a criação de um país deve depender de
constantes atos terroristas. Ao identificar seu governo com a nação de Israel,
Israel com os judeus no mundo e este povo como destruidor do povo palestino,
Netanyahu se transformou em promotor de antissionismo e incentivador de
antissemitismo, aliando-se à lógica do Hamas.
As cenas diárias do que acontece em Gaza é
publicidade contra o sionismo e se transforma em publicidade antissemita para
os desavisados ou mal-intencionados, fazendo muitos confundirem um governo
fundamentalista com o conjunto de Israel e com o povo judeu. O humanismo não
pode deixar que a oposição à barbárie de um governo se transforme na indecência
do antissemitismo. Deve recusar a "lógica Hamas-Netanyahu", denunciar
os crimes do Hamas em Israel e os de Israel no gueto de Gaza como duas faces,
em dimensões desiguais, do barbarismo anti-humanista; separar o sionismo de
Netanyahu do pensamento judaico e o terrorismo do Hamas da postura do povo
palestino, e acreditar que não vai demorar para a palavra judeu voltar a ser
identificada com os grandes pensadores humanistas e não mais com os atuais
políticos de Israel.
*Cristovam Buarque, Professor emérito da Universidade de Brasília (UnB)
ONTEM E AMANHÃ E SEMPRE::
ResponderExcluirAPOIAR O SURGIMENTO DE UM ESTADO PALESTINO
●Porque este foi o compromisso de ontem e será o compromisso de amanhã e de sempre dos democratas do mundo.
HOJE:: APOIAR A DEMOCRACIA DE ISRAEL CONTRA OS TERRORISTAS
●Porque a democracia de Israel hoje está precisando combater um grupo terrorista apoiado por ditaduras que se dizem democráticas e se dizem socialistas*
*a este apoio de ditaduras ao Hamas se juntam forças diversas que se dizem democráticas mas que em sua atuação política se associam a ditaduras contra as democracias.
■■■Sempre que houver um povo demandando instituições para ter e afirmar uma democracia, sempre esse povo será apoiado pelos democratas verdadeiros. Mas, na luta por democracia, emergências acontecem e precisam ser priorizadas:: hoje a democracia de IsraeI está sofrendo uma emergência e precisando enfrentar os terroristas do Hamas, terroristas que são há décadas apoiados pelo PT (o mesmo PT ao qual Cristovam Buarque pertenceu e eu não sei se um dia ele pediu ao PT para parar de apoiar terroristas e ditadores).
■■É necessário fazer uma observação::
■No momento em que o Hamas desfechou mais este ataque a Israel, e foi um ataque feito com uma força que exigiu treinamento e armamento fornecido por ditaduras poderosas e este ataque do Hamas conseguiu o resultado principal, que era impedir que a democracia de Israel emprestasse seu escudo contra mísseis à democracia da Ucrânia para esta se defender da agressão que sofre de Vladimir Putin,...
.... os democratas de Israel estavam em forte mobilização diária e volumosa para conseguir afastar Netanyaho e realizar eleições para substituí-lo.
Cristóvam tem estas informações:: Cristóvam tem as informações necessárias, não pode fingir que não as tem, e neste artigo que ele escreveu ele precisava observar que os democratas de Israel, por causa do ataque que Israel sofreu, precisaram interromper a mobilização contra Netanyaho e se unir ao governo em um Gabinete de Guerra:: os democratas israelenses adiaram a luta pelo afastamento de Netanyaro e tiveram que se unir momentaneamente ao governo para apoiar a luta contra os terroristas.
=》Os democratas de Israel, neste momento, interromperam a luta para afastar Netanyaho e estão unificados na luta contra os terroristas::
●Que fique fazendo malabarismo para se dizer democrático e, no entanto, apoiar os terroristas e as ditaduras quem quer.
■Os democratas de Israel e de todo o mundo sempre lutarão para derrotar a ultra-direita representada em Israel por Netanyaro e entre os palestinos representada pelo Hamas, do mesmo modo que sempre lutará contra gente radical de esquerda em todo lugar.
■No Brasil, forças ditas "de esquerda" incoerentemente apoiam as principais ditaduras de extrema-direita que sustentam o Hamas:: Irã e Rússia.
Texto mal escrito, incompatível com o nível tradicional dos escritos do professor Critovam. A frase "O horror ao terrorismo ficava restrito a grupos isolados, como o Lehi judeu e o Hamas palestino" é totalmente sem sentido, e várias outras partes são igualmente mal escritas ou muito problemáticas, ainda que a ideia geral do artigo seja razoável.
ResponderExcluirDaniel não é homem.O resto é conversa.MAM
ResponderExcluirTexto covarde.
ResponderExcluir1º) "Apesar do incômodo moral diante da expulsão de palestinos nativos, e do incômodo político diante da arrogante superioridade dos israelenses sobre os palestinos..."
Frase desinformadora, por uma simples razão: nunca existiu palestino ainda mais nativo.Verdade seja dita, sequer ele não escreveu originários...
2º) " O horror ao terrorismo ficava restrito a grupos isolados, como o Lehi judeu e o Hamas palestino"
Essa nem mentirosa é, pois comparar o Lehi ao Hamas é canalhice. Impressionante a dificuldade desse homem para abandonar os dogmas e mentiras da extrema esquerda.
3º) "Nessas condições, o sionismo fica incompatível com o humanismo que vem do pensamento de judeus."
Tá certo, mas é frase que não vale nada, a não ser para mudar o rumo da prosa.
4º) "A partir de outubro de 2023, os judeus, antes identificados com os nomes de Jesus, Espinoza, Marx, Freud, Einstein, Arendt, Sabin, Sachs, Morin e outros que fundaram nossa maneira de entender o mundo e querer fazê-lo melhor e mais belo, passaram a ser identificados pelo nome Netanyahu e de seus ministros."
Confirmada a mudança de rumo. Nem é novidade! Desde que saiu do PT que faz força infernal para servir a dois senhores.
A questão é: Hamas é autocracia e Israel é democracia. Hamas é Oriente e Israel Ocidente. Mas Bibi é a prova de que o processo democrático vem sendo comido pelas beiradas pelo populismo, seja à direita ou esquerda.
Lula, Maduro,Ortega,"tramp",Putin, Erdogan, Orbán, Bibi... são exemplos que ele não quis nomear,para não ser parcial.
Por último, o maior disfarce:humanista. Humanista uma ova; ou vc é democrata ou não é. Ele não é.
MAM