O Estado de S. Paulo
Se Lula acertar no Sul, sobe nas pesquisas; se errar, cai. É do jogo
O pior já passou? Não, não passou. A previsão
é de tempos ainda muito difíceis e dolorosos no Rio Grande do Sul, com chuvas e
enchentes ao sul do Estado e aumento do risco de doenças por toda parte onde a
água começa a secar e a lama fica, com uma profusão de bactérias, dejetos e
dor. O foco, neste momento, está na saúde e na ajuda emergencial para famílias,
municípios, Estado e produtores, sem descuidar da reconstrução.
Em Pelotas e Rio Grande, cidades banhadas pela Lagoa dos Patos, atenção total para a piora da situação, com mais água escoando para o oceano e os níveis da lagoa subindo, ameaçando com inundações, deslizamentos e a destruição de casas, comércios, empresas. Logo, a vida de pessoas.
Em todo o Estado, alerta para as doenças
ligadas à água, como leptospirose, hepatite A e diarreias, e o frio
potencializa as síndromes respiratórias, especialmente em circunstâncias
adversas, com crianças, idosos e suas famílias amontoados em abrigos e que
deixaram cobertores e agasalhos para trás, em suas casas alagadas, muitas
perdidas para sempre.
O secretário de Atenção Especializada do
Ministério da Saúde, sanitarista Adriano Massuda,
registra que estão garantidos 1,2 milhão de
doses de vacinas, o abastecimento de oxigênio, que poderia faltar em dois dias,
e cem kits para desastres.
Cada um atende 1,5 mil pessoas por 30 dias e
contém 40 itens, como analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos e material
de primeiros socorros. E há parcerias com Estados, municípios, planos de saúde,
clínicas, entidades e indústrias farmacêuticas e de material de saúde. “Uma
operação de guerra”, resume.
Do ponto de vista político, é preciso
criticar quando algo vai mal, por exemplo, na política externa e na ingerência
na Petrobras, mas é preciso reconhecer quando as ações vão na direção certa. O
presidente Lula tem comandado a guerra, tomando decisões, liberando verbas
emergenciais, cobrando os ministros e marcando presença na área da tragédia. É
o que se espera de governantes e líderes.
A grande dúvida é de onde vem o dinheiro. E
Lula arranhou seu desempenho ao nomear como o homem de Brasília na crise o
gaúcho Paulo Pimenta, ministro, deputado federal mais votado do PT na história
do Estado e candidato natural ao governo em 2026. Pior: anunciar Pimenta,
rindo, alegre, como se fosse um palanque. É um erro de forma que não afeta o
conteúdo. A verdade, cristalina, é que o governo tem feito tudo que é possível
e, se terá efeitos na popularidade de Lula, na avaliação do governo e em
futuras eleições... Bem, isso é da natureza política. Aliás, da própria
natureza humana.
Lula está fazendo a coisa certa.
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