O Estado de S. Paulo
Se o motorista não acredita que existe um
barranco à frente e insiste em seguir na mesma direção, a trombada fica
inevitável. Assim é o governo Lula, que vem trombando insistentemente com o
Congresso, com o Supremo, com os governadores, com os evangélicos, com o
mercado, com o agronegócio e outros setores importantes da economia, com alas
do PT e com ele próprio.
A falha na percepção da existência do
barranco começa com a falha do entendimento de que, se é para governar no
interesse dos brasileiros, é para levar a sério a natureza de um governo de
coalizão.
Grande parte do governo e o próprio presidente Lula agem como se a vitória nas eleições lhes assegurassem o direito de impor as diretrizes do PT que, por si sós, são de economia antiga e confusas.
Se é para colocar em prática a vontade dos
eleitores, convém levar em conta que os brasileiros não elegeram apenas o
presidente Lula. Elegeram também o Congresso, os governadores e, em outubro,
elegerão os prefeitos. Nesse universo político, o PT e os partidos do seu
entorno são forças minoritárias que exigem um governo de acordos.
Um exemplo desse desentendimento
esquizofrênico é o do enviesado ministro de Minas e Energia, Alexandre
Silveira.
Ele repetiu na semana passada que a Petrobras
tem agora de cumprir o programa do presidente eleito – o que nem sempre combina
com o do interesse público. Para o ministro, a Petrobras deve investir em
opções de retorno negativo, como refinarias e indústria naval, e deixar de dar
prioridade à produção de mais petróleo, de modo a ainda tirar proveito do tempo
de validade que resta a essa fonte de energia.
A recém-empossada presidente da Petrobras,
Magda Chambriard, bem que declarou há dias que a Petrobras perdeu uma década na
exploração da Margem Equatorial. Perdeu tempo também na exploração promissora
da Bacia de Pelotas e de outras mais do pré-sal. Com os atrasos, deixaram de
ser produzidos milhões de barris, que aumentariam a entrada de dólares,
multiplicariam pagamentos de royalties, de contribuições especiais e de
impostos que, agora, fazem falta na derrubada do rombo – e na criação de
condições para avançar na política social.
Estas são apenas consequências práticas do
equívoco original. Diante do risco de desastre, o governo tem de enfrentar o
rombo com cortes de despesas. Esta já não é imposição dos eleitores; é
imposição técnica: esgotaram-se as condições de aumento da arrecadação.
Ou o presidente Lula entende que é preciso
governar o Brasil assentado no interesse público e no respeito aos fundamentos
da economia e da responsabilidade fiscal ou continua a ouvir o que dizem seus
ministros Rui Costa, Alexandre Padilha e Alexandre Silveira, e desliza de uma
vez para o modelo Dilma e, assim, deixa a dívida, a inflação e o dólar
apressarem a trombada no barranco à frente.
Aperta eu sinto que o piloto sumiu! Estamos à deriva, com o governo irresponsável e incompetente na política econômica , na política externa e na política social , um verdadeiro desastre anunciado
ResponderExcluirQue Deus e a nossa Senhora aparecida tenha compaixão e nos salves desse precipício para o qual estamos sendo empurrados
Saudade do Genocida golpista muambeiro?
ResponderExcluir"Aperta eu sinto" - ISTO NÃO É ERRO DE DIGITAÇÃO: alguém falou "aperta o cinto" com pronúncia ruim, o robô entendeu e escreveu "Aperta eu sinto"... Um humano não digitaria erradamente desta forma!
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