O Estado de S. Paulo
Desencontros e trapalhadas do governo têm desgastado a imagem de ministros, a confiança no arcabouço fiscal e derrubado o mercado
O governo Lula perdeu o rumo da política econômica. Não sabe mais onde e para onde navega e, o que é pior, parece não se dar conta de que está perdido. Vamos aos fatos.
Diante da necessidade de arrumar cobertura
para os favores
prestados a 17 setores da economia e principais municípios com a desoneração dos
encargos sociais, o governo Lula editou uma medida
provisória que limitava o uso dos créditos acumulados de PIS/Cofins e,
assim, surrupiava das empresas em um ano algo em torno de até R$ 29,2 bilhões.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, devolveu para o governo os trechos mais importantes da medida provisória, sob o argumento de forte inviabilidade política e de inconstitucionalidade da matéria, uma vez que não previa a carência de 90 dias para início de vigência (noventena). A medida provisória foi rejeitada por ser inviável.
O líder do governo no Senado, o petista Jaques Wagner, aplaudiu a
decisão de Pacheco e, assim, condenou a iniciativa desastrada do Ministério da
Fazenda, afirmando que “o presidente Lula não estava
confortável com a medida”.
Com isso, lançou um torpedo contra o ministro
da Fazenda, Fernando Haddad, que havia elaborado o
texto da medida provisória e batalhado por ela. É o governo atacando o
governo, de acordo com o governo. Bisonho, não?
Haddad declarou que não tinha plano B e empurrou para o Senado a tarefa de encontrar uma saída para substituir a medida provisória. Na prática, agiu como se o regime fosse parlamentarista, em que o Congresso assume as funções de governo.
O Senado rapidamente
amontoou algumas sugestões, mas logo se viu sem outras
opções porque algumas serviriam apenas para um ano e, ainda assim,
insuficientes para compensar os R$ 26,3 bilhões do custo da desoneração em
2024.
Enquanto isso, o presidente Lula ignorou
as trapalhadas de sua equipe econômica. Nesta quarta-feira, no FII Priority
Summit, reunião de líderes internacionais, Lula fez uma declaração disparatada que
derrubou o mercado e o nível de confiança na condução da política econômica:
“O aumento da arrecadação e a queda dos juros permitirão a queda do déficit”,
disse ele. Por aí se vê que Lula passa longe da hipótese de derrubar as
despesas. Confia no aumento da arrecadação, altamente improvável, e na queda
dos juros – também improvável.
O ajuste por meio de
aumento da arrecadação deu o que tinha de dar. Na bandeja
dos cortes, ainda estão de pé, para arrepio da maioria das alas do PT, as
propostas dolorosas da ministra do Planejamento, Simone Tebet, de passar a régua nos
pisos da Saúde e da Educação e na vinculação de
benefícios previdenciários (BPC, abono salarial e seguro-desemprego) ao salário
mínimo.
Nesta conjuntura, vale lembrar velho ditado
sempre repetido entre os navegantes. Diz que “marinheiro não pode reclamar de
vento contra se não sabe para onde ir”.
ResponderExcluirO Lula dia assim outro também emite opiniões que causam Espanto . Se não fosse pela benevolência com que é tratado pela grande mídia, ele já estaria aniquilado Mas a turma sempre fala em “gafe “ , em “falta de jeito “e aí vai passando batido
O certo é que o Brasil está sem rumo , quem está no comando não tem projeto nacional compatível com os anseios do brasileiros
Preso e condenada mais de 20 anos em três instantes por corrupção, foi tirada da cadeia por uma manobra judicial e agora temos que sofrer as consequências dessas criatura (des)condenada governando nosso destino, como também dos nossos filhos e netos