O crescimento projetado para 2024 é de 2,0%. Há três ameaças: o
impacto econômico da tragédia socioambiental do Rio Grande do Sul, juros
internos altos e cenário internacional adverso. Mas para reencontrar o fio da
meada do crescimento, terreno onde o Brasil foi campeão de 1930 a 1980, e tirar
o atraso em relação a mais de uma dezena de países que deixaram a faixa dos
emergentes para adentrar no mundo desenvolvido, o Brasil precisa criar as
condições para um crescimento anual em torno de 4%.
Isto não é de todo impossível, mas demandaria reformas profundas.
Convicção, sentido estratégico e liderança. Recuperar a capacidade de
investimento do setor público; construir segurança jurídica a partir de um
ambiente de estabilidade legal, normativa e regulatória, visando atrair
investimentos privados; introduzir um choque de eficiência em nosso sistema
educacional e de desenvolvimento científico e tecnológico; e, aprofundar a
reforma do Estado e de seu modelo de intervenção.
Nas últimas quatro décadas, fizemos três coisas importantíssimas:
consolidamos a democracia, colocamos fim a inflação alta e crônica e
construímos uma robusta rede de proteção social para apoiar os mais pobres. Mas
é inegável que perdemos o rumo do crescimento acelerado.
E para pensarmos em objetivos mais ousados, não basta injetar
renda para irrigar o consumo. É fundamental aumentar nossa taxa de
investimento, ou seja, o quanto da riqueza nacional gerada é direcionado para
máquinas, equipamentos, instalações e infraestrutura, gerando capacidade de
oferta, empregos e produção. A taxa de investimentos caiu para patamares
medíocres em torno de 16,5% do PIB em 2023, quando já foi, em média, de quase
22% na década de 1970. Sendo que economias emergentes, como China e Índia, investem
40% e 30% de seus PIBs, respectivamente. Quem puxa o desenvolvimento sustentado
é investimento, não o consumo.
Para aumentar a taxa de investimento são necessários dois
movimentos: uma mudança radical no orçamento público a partir de um ajuste
fiscal que diminua as despesas obrigatórias recorrentes e redirecione recursos
para investimentos. Dos 18% do PIB de receitas líquidas arrecadas pelo governo
federal, menos de 1% vão para investimentos. Por outro lado, oferecer um
ambiente de negócios estável e seguro para os investimentos privados e
aprofundar as privatizações, concessões e PPPs.
Ao lado disso, garantir o controle sobre a inflação que
desorganiza a economia e pune os mais pobres, que já esteve em patamares
superiores a 10% anuais em 2015 e 2021, e fechará 2024 em 3,8%. É preciso agir
em favor da convergência com a meta de inflação traçada. E continuar
prestigiando o setor exportador, que tem assegurado tranquilidade no front
externo com um saldo comercial recorde, em 2023, de US$ 98,8 bilhões, que se
soma ao fluxo positivo de investimentos diretos e às reservas cambiais abundantes.
Em resumo, a foto do momento é boa, mas o filme pode ter final feliz ou não, dependendo de nossas escolhas.
Interessante!
ResponderExcluirPaulo Guedes, o maior do mundo discorda. Acho que o que está escrito vai contra a realidade dos números e a bomba está para explodir lá para outubro. Ficará insuportável. A carga tributária pesada nos afundará. Os excessos em gastos fará o país naufragar.
ResponderExcluirA pessoa que vê virtudes neste governo só tem duas opções: ou é um desinformado e não faz compras em supermercado ou está na esquema petista e levando bola. A inflação disparou , o dólar foi pro caralho , o déficit fiscal é pior que na pandemia sem vírus ( o PT é pior que o vírus de Wuhan - Fauci ) e a conta recairá na classe média com impostos impagáveis . Em qual dos dois grupos o senhor se encaixa ?
ResponderExcluirMiriam Leitão, devolve o acesso do Gilvan pra ele! Sacanagem fazer isso com o coitado...
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