O Globo
Mecanismos como a autonomia do Banco Central
e a Lei das Estatais são salvaguardas para as instituições
Um dos maiores malefícios da polarização ao
debate público, sobretudo em economia, é promover a infantilização dos
argumentos.
Lula sempre curtiu uma metáfora. Quanto mais
literal e de fácil compreensão, melhor, casamento e futebol à frente como temas
preferidos. No terceiro mandato, no entanto, mudou a retórica para a construção
de fábulas sobre o papel dos agentes públicos e econômicos e, pior, das
instituições numa luta entre o bem (justiça social) e o mal (cobrança por
responsabilidade fiscal).
Nada mais deletério para a compreensão dos problemas, bem mais complexos que essa simplificação eterna, e para que ele próprio consiga expandir seu círculo de apoios e atrair os tão propugnados investimentos para o Brasil.
Nesta semana, o Copom e a Petrobras são as
organizações transformadas em castelos de contos de fadas no discurso do
presidente.
O primeiro seria habitado por um vilão
insensível, tão ardiloso que é capaz de hipnotizar até os aliados do herói para
fazer o mal e castigar os mais pobres. A segunda seria uma espécie de fortaleza
resgatada dos visigodos, que tentaram estigmatizá-la como antro de corrupção, e
devolvida à população, que agora terá acesso ao bem-estar proporcionado por
investimentos opulentos.
Na vida real em que juros são definidos por
critérios técnicos, e a era do “petróleo é nosso” já ficou para trás, as coisas
são completamente diferentes, e esse blá-blá-blá ideológico não melhora em nada
a crença dos investidores na capacidade do Brasil de ser um destino confiável,
atraente e com potencial de longo prazo para o dinheiro disponível. O que, aí
sim, poderia reverter em empregos, renda e crescimento sustentável.
De gestores de grandes escritórios de
advocacia à frente de negócios de grande monta a economistas-chefes de grandes
bancos, não são poucos os agentes econômicos que apontam o esgotamento do
modelo de gastar como se não houvesse amanhã para gerar crescimento, emprego e
renda. E que dizem que o Brasil vai saindo do radar do mundo. Travestir esses
tomadores de decisão em bruxas e assombrações também não é razoável.
Até porque, sem projeto, qualquer quantidade
de recurso público que se despeje na praça só gerará oportunidades para os que
vivem de desviá-lo — uma vez que não é só porque Lula mareja os olhos que o
petrolão deixará de ter existido. Passe de mágica, só nas histórias da
carochinha.
Mecanismos como autonomia do Banco Central e
a Lei das Estatais são salvaguardas para as instituições, que as blindam de
ingerências políticas do dirigente político de turno.
Quem saudou o BC por não promover a queda de
juros nas eleições de 2022 e, assim, beneficiar Jair Bolsonaro — que promovia
uma farra de medidas econômicas irresponsáveis para tentar se reeleger — agora
vocifera contra a independência.
Muitos dos que denunciaram a sanha de
Bolsonaro por aparelhar a Petrobras e segurar artificialmente os preços dos
combustíveis agora saúdam a interferência indisfarçada que Lula, Rui Costa e
Alexandre Silveira promovem na empresa, simbolizada pela solenidade de posse em
que Magda Chambriard foi mera coadjuvante.
Sim, Lula foi eleito com um programa que já
deixava clara a defesa de um Estado mais presente na economia. Fim das
privatizações, aumento de benefícios sociais e uma estrutura em que Petrobras e
BNDES seriam auxiliares no investimento público estavam dados.
Mas o presidente também se comprometeu com
uma gestão fiscal responsável ao nomear Fernando Haddad para a Fazenda, e o
ministro entregou um arcabouço com déficits regressivos até que se obtivesse um
superávit — horizonte agora tornado mais longo.
Cobrar o cumprimento dessa segunda parte é
premissa para que a primeira não descambe para o que foi o governo Dilma
Rousseff. Lula sabe disso, porque seguiu essa receita nos mandatos anteriores.
Encontrar personagens e entidades para demonizar quando não se faz o próprio
trabalho é tratar o público como criança.
O Lula vive de mentira Tudo que ele acusou Bolsonaro ele está fazendo hoje
ResponderExcluirE o pior é que junto com STF está instalando uma ditadura que controla somente os apoiadores de direita deixando livre todas as manifestações de ódio e de mentira da esquerda Não existe um só blog de esquerda censurado e nenhum influêncer de esquerda Preso ou que tiveram que sair do Brasil como acontece com o jornalista Paulo Figueiredo Que teve que ir para o Estados Unidos e o Constantino também
Eles estão sem passaporte, com contas bloqueadas no banco e censura em todas as redes sociais
Sem mencionar na centenas de pessoas presas políticas, sem processo individual acusadas de terrorismo e tentativa de golpe de estado , muitas vezes presa rezando com Bíblia na mão senhorias de mais de 70 anos
Anônimo mente. MAM
ResponderExcluirO Brasil tem melhorado a olhos vistos.
ResponderExcluir