O Globo
Governador usou encontro da extrema direita
para se projetar como candidato em 2026
Na quinta passada, a Polícia Federal indiciou
Jair Bolsonaro no inquérito das joias. Dois dias depois, Tarcísio de Freitas
foi à quermesse da extrema direita em Balneário Camboriú. No palanque, ignorou
o escândalo e se apresentou como um soldado a serviço do capitão.
“Nós tivemos um professor. Nós tivemos a
oportunidade e o privilégio de conviver com o presidente Bolsonaro quando ele
estava à frente do nosso Brasil. Quanta inspiração! Quanta motivação!”,
derramou-se.
O governador descreveu o ex-chefe inelegível como um estadista injustiçado. “Ele nos ensinou a amar o verde e amarelo, a cantar o hino”, exaltou. Em seguida, disse se aconselhar com o padrinho para comandar o estado mais rico do país. “Ele é a pessoa que dá fortaleza para nós. É a pessoa a quem a gente recorre quando está com dúvida, quando está com problema”, adulou.
Tarcísio pode ser ruim de gogó, mas não é
bobo. Sabe a quem deve os votos que já recebeu. Sabe de quem depende para alçar
voos mais altos. Com o capitão em apuros, ele farejou a oportunidade de se
vender como um aliado leal. Mesmo ao custo de parecer um governador teleguiado.
A julgar pelo barulho nas redes, a viagem foi
um bom investimento. Tarcísio ainda pegou carona na popularidade de Javier
Milei entre os bolsonaristas. Desfilou colado ao argentino, como se fosse um
guarda-costas.
Diante da claque extremista, o governador
voltou a dispensar a fantasia de moderado. Encarnou o político linha-dura, que
despreza os direitos humanos e trata movimentos sociais à bala. “Em São Paulo
não terá invasão de terra, porque nós não vamos deixar”, bradou.
Seu secretário de Segurança, Guilherme
Derrite, foi mais explícito. Enalteceu a violência policial e exibiu a foto do
cadáver de um suspeito, a quem chamou de “vagabundo”. A plateia aplaudiu,
extasiada.
Apesar das juras de fidelidade, Tarcísio não
esconde aonde quer chegar. Enquanto os filhos de Bolsonaro insistem que o pai
concorrerá em 2026, o governador fez discurso de presidenciável. Prometeu
crescimento econômico, pediu orações pelo Brasil e tratou o capitão como um
personagem do passado, que “deixou legado”.
Estamos mal de direita.
ResponderExcluirE o independente (?) e autônomo (?) Campos Neto se candidata a ministro da Fazenda do bolsonarista carioca que governa SP.
ResponderExcluir"Um soldado a serviço do capitão." Que capitão? O péssimo militar que sempre foi o miliciano Jair Messias Bolsonaro, processado por terrorismo quando estava no Exército, desonrou as Forças Armadas quando esteve no quadro delas. E que tentou corrompê-las e puxá-las pro esgoto imundo em que ele e sua família chafurdam, buscando que apoiassem o GOLPE que o canalha quis dar depois de perder a última eleição presidencial. Um babaca que idolatra um canalha genocida só pode ser tão canalha quanto...
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