Correio Braziliense
O mundo precisa que o G20, sob o Brasil com a
presidência do Lula, adote a ideia de que a educação é a chave para enfrentar o
impasse civilizatório que integrou economicamente e desintegrou socialmente a
humanidade
A humanidade não é mais tema abstrato apenas
de filósofos, mas ainda não é preocupação concreta dos políticos. A presidência
do G20 no Brasil é a chance de os políticos despertarem para o fato de que o
mundo não é mais a soma dos países. Agora, cada país é um pedaço do mundo, em
um tempo não mais de abundância, mas com recursos escassos e o Estado esgotado.
Com o evento Estados do Futuro, na semana passada, no Rio de Janeiro, o governo
Lula deu um passo nessa direção.
O governo reuniu líderes e acadêmicos para debater como devem ser Estados e governos no futuro para enfrentarem problemas planetários, taxar os super-ricos e executar uma aliança mundial contra a fome. Temas que não eram considerados antes, quando a agenda se concentrava nos assuntos econômicos, dentro do interesse de cada país, sem considerar os limites ecológicos nem a imoralidade da desigualdade social, da pobreza e da fome.
O evento foi possível porque a presidência do
G20 está no Brasil: o país que mais se parece com o mundo contemporâneo,
integrado economicamente, mas dividido socialmente, cada país cortado por uma
"cortina de ouro" que serpenteia o planeta, exportador de alimentos,
com milhões de famintos, renda per capita equivalente à do mundo, concentração
de renda tão grave quanto a concentração em escala mundial, com massa crítica
intelectual capaz de pensar alternativas ao progresso insustentável, baseado
apenas na economia. Lula é o estadista melhor posicionado para sentir os
problemas do mundo, não apenas econômicos e nacionais, mas também sociais e
ecológicos.
Ficou claro nos debates que há um choque
entre os problemas que já são planetários e a política ainda feita no espaço
eleitoral de cada país. Diversos palestrantes falaram que o enfrentamento dos
problemas da humanidade ficou atrasado em relação aos compromissos dos
políticos nacionais com seus eleitores presos aos interesses locais e
imediatos, com o progresso definido pelo aumento anual da renda e do consumo
para a população nacional no presente, e não pelo bem-estar de todos os seres
humanos no longo prazo, em equilíbrio com a natureza. Foi dito que a política
democrática precisa ser sintonizada com o humanismo, o que exige uma nova
mentalidade política dos eleitores e dos eleitos. A formação dessa nova
mentalidade depende da educação das novas gerações para enfrentarem os tempos
de limites de recursos em uma perspectiva planetária.
O mundo precisa que o G20, sob o Brasil com a
presidência do Lula, adote a ideia de que a educação é a chave para enfrentar o
impasse civilizatório que integrou economicamente e desintegrou socialmente a
humanidade, mantendo a política dividida por países, em busca de aumentar o
PIB, em tempos de escassez e esgotamento dos estados nacionais. Para tanto, o
Brasil deve liderar o movimento para toda criança do mundo estudar em escola de
qualidade, independentemente de sua nacionalidade e da renda de sua família.
A luta da aliança mundial contra a fome pode
ser vitoriosa com um programa de Bolsa Família Internacional e com um programa
mundial de formação de professores, construção e equipamento de escolas. Ao
lado do Bolsa Família Internacional, o Brasil e Lula no G20 devem propor um
movimento global para retomar de forma ampla o programa Educação para todos, da
Unesco, e oferecer educação básica para todas as crianças, os jovens e os
adultos. O G20 é o caminho para essa ideia ser promovida, o Brasil é o país, e
Lula é o estadista com legitimidade para defender a proposta.
Essa estratégia eliminaria a fome imediata,
criaria a estrutura para sua eliminação definitiva e ainda enfrentaria, de
forma humanista, o problema da migração, dando renda aos pobres para
permanecerem em seus países acompanhando a educação de suas crianças: no lugar
de desumanamente barrar a imigração, oferecer condições para fazer
desnecessária a emigração.
O G20 seria o instrumento de adoção da atual geração de crianças para, no futuro, com mentalidade humanista e ecológica, elas adotarem a humanidade. Graças à educação universalizada e transformadora para um desenvolvimento sustentável, justo, democrático, sem "cortina de ouro", que separa as pessoas entre pobres e ricos, nem "cortina ecológica", que sacrifica gerações futuras: um mundo em que nenhum ser humano seja considerado imigrante geográfico, por vir de outro país; imigrante geracional, por ainda não ter nascido; ou "instrangeiro", excluído pela pobreza ou pelo preconceito dentro de seu próprio país.
O Projeto "Escola Fresca" é o início de uma nova fase para a infraestrutura do ensino municipal.
ResponderExcluirVenezuelanos fugitivos imigrantes tem sua maioria acolhida em São Paulo ao invés de ocuparem municípios amazonenses com territórios maiores do que os estados do Río de Janeiro.
Todos sabem das dificuldades de transporte pela BR-319 (Transamazônica) no tempo das chuvas, destruidora de caminhões, empresas e da vida profissional de seus condutores. Esperamos que os países de influência amazônicos na próxima Conferência do Clima impessam o tráfego de veículos automotores na BR -319 e anunciem investimentos na contrução da ferrovia 🚆 de transporte de passageiros ligando Manaus a Porto Velho, estação de Barão de Tefé, abandonada por causa de pestes que a ciência já erradicou, facilitando o Giro de capital na Região Norte em grande quantidade nas mãos de poucos.
Paulo dos Santos Andion (convencional) fez o comentário acima
ResponderExcluir