Em 2024, a questão fiscal é o tema central
nas agendas do governo federal e do Congresso Nacional, parte importante das
decisões do Poder Judiciário e preocupação geral da sociedade. É o primeiro ano
de vigência do novo arcabouço fiscal que substituiu o chamado “Teto de Gastos”
herdado do Governo Temer. As metas iniciais previstas foram revistas e o
cumprimento do compromisso legal é fundamental para a credibilidade da política
econômica do governo. As contas públicas federais estão desajustadas desde 2014
e a hora da verdade se aproxima.
A tão sonhada reforma tributária avança com a
apreciação da legislação complementar e ordinária que regulamentará o texto
constitucional reformado. Mas o foco da reforma não é o ajuste fiscal, e sim o
aumento da eficiência e da produtividade da economia.
Na volta do recesso parlamentar, o Senado
Federal também votará nova lei sobre a renegociação da dívida dos estados
federados, que foi consolidada e concentrada em um único contrato com o Governo
Federal em 1997, cujos termos geraram arguição sobre sua sustentabilidade e
demandas judiciais. Estarão na mesa de discussões: prazos de pagamento, taxa de
juros, condicionantes, utilização dos recursos liberados, pagamento com ativos
etc. Independente do novo desenho da repactuação, haverá importante impacto no
endividamento da União, que deverá assumir parte dos encargos hoje sob a
responsabilidade dos estados brasileiros.
Importante decisão com impacto fiscal será
tomada, também em agosto pelo Senado, estabelecendo medidas compensatórias para
a geração de novas receitas em relação à renúncia renovada com a decisão
política tomada de manutenção da desoneração da folha salarial de 17 setores
intensivos em mão de obra. Isto evitará o aprofundamento do déficit primário e
a aumento da dificuldade no alcance da meta fiscal.
No front do STF também frutificou o diálogo
com a Advocacia Geral da União em dez processos, evitando que despesas
adicionais estimadas em mais de R$ 169 bilhões virassem um novo foco de risco
fiscal. Falta ainda o julgamento da constitucionalidade da progressividade da
alíquota previdenciária dos servidores públicos que poderá custar aos cofres
públicos mais de R$ 500 bilhões.
Como se vê, equilibrar as finanças públicas
não é tarefa fácil e trivial. Qualquer semelhança com o malabarista de circo
equilibrando os pratos não é mera coincidência!
Muito bom! Como diz o autor, "O papel da ação governamental é essencial para a melhoria da qualidade de vida da população, dadas as fragilidades existentes em nosso tecido social e econômico." Mas a maioria dos nossos colunistas e jornalistas não aceita que esta ação governamental seja muito intensa, muitos querem o "Estado mínimo", como prometiam Bolsonaro e seu guru Guedes, entre tantos outros.
ResponderExcluirAlém de mínimo, o Estado ainda tem que ser parasitado pela familícia Bolsonaro, logicamente. Rachadinhas passam de pai pra filhos, de funcionários fantasmas pros seus chefes eleitos pelas milícias cariocas.
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