Folha de S. Paulo
Esquerda traça sua estratégia para reagir a
plano de captura da Casa pelo bolsonarismo
José Dirceu fez uma curva fechada. Em 2018, o
ex-ministro afirmou que a esquerda precisava de maioria no Congresso para implementar
um "programa radical". Anos mais tarde, lançou um
diagnóstico mais realista e disse que Lula havia formado "um governo de
centro-direita" ao voltar ao poder. Agora, ele vê necessidade de ir mais
longe.
Dirceu diz que a esquerda deve estar preparada para apoiar candidatos de direita ao Senado nas eleições de 2026. Em entrevista a Mônica Bergamo, o ex-ministro petista disse que será preciso seguir esse caminho em alguns estados para "evitar que haja uma maioria de extrema direita" na próxima legislatura. "Estamos preocupados", reconheceu.
Desde que perdeu a eleição, o bolsonarismo
praticamente só pensa em
ocupar o Senado. No governo ou na oposição, uma maioria na Casa é
sempre valiosa. Um trator potente é capaz de aprovar as propostas mais
delirantes de um presidente da República ou infernizar a vida dos adversários.
Para essa turma, o objetivo principal é outro.
A prioridade da direita radical é ter
cadeiras suficientes para eleger um presidente do Senado disposto a fazer andar
o impeachment de
ministros do STF.
Seria o início de uma vingança contra o tribunal ou, no mínimo, uma forma de
pressão sobre a corte. Se continuarem na oposição, os bolsonaristas buscariam
uma carta de saída livre da prisão. Caso retornem ao governo, tentariam amarrar
as mãos do Supremo.
Parte da esquerda acredita que a maneira de
evitar esse golpe é isolar a extrema direita. A ideia é ajudar a eleger
senadores de partidos de direita que topem disputar a eleição sem alinhamento
com o bolsonarismo. O plano faz sentido, mas falta combinar com essas siglas,
que costumam lamber os beiços quando se associam à trupe do ex-presidente.
A guerra pelo Senado não será uma disputa
acessória em 2026. A eleição de parlamentares será uma variável importante
neste ciclo prolongado de riscos para a democracia. A esquerda precisará de
mais humildade se quiser emplacar uma frente ampla convincente, enquanto a
direita não bolsonarista terá que decidir se hipoteca seu apoio, mais uma vez,
ao papo furado dos radicais.
É triste ver uma mídia militante de esquerda Fazendo campanha descarada e elogiando o Zé Dirceu líder do projeto de corrupção do PT que foi condenado preso agora está aí fazendo palestra livre leve e solto esse é o Brasil em que a corrupção venceu
ResponderExcluirFazer política exige uma dose madura de realismo. O resto é choro sem vela e pruridos morais para fazer o jogo perverso do bolsonarismo
ResponderExcluirA direita precisa se desvincular da extrema-direita,antes que o mundo acabe.
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