O Estado de S. Paulo
Ideia sem seu processo, histórico, é uma mera
abstração, carente de significado. Sobra somente esta forma específica de
fanatismo teológico/político
Há ideias bizantinas em curso sobre a ideia
de socialismo, como se fosse uma proposta etérea, quase divina, que se
confrontaria contra todas as formas existentes de organização social, política
e econômica, sobressaindo o capitalismo como o inimigo número um. Capitalismo,
entenda-se, a economia de mercado, a democracia, a livre concorrência, a
liberdade de escolha que os cidadãos têm de decidirem sua própria vida e o
Estado de Direito.
Cria-se uma situação assaz curiosa, a de comparar a ideia de uma sociedade perfeita, a cidade de Deus, a todas as sociedades existentes. Nessa lógica desprovida de razão, o embate seria sempre favorável ao socialismo. Não é feita a comparação entre o socialismo existente, em suas várias realizações históricas, exemplificado na experiência comunista, e as sociedades capitalistas, exemplares na democracia e na defesa das liberdades, além de propiciarem a mudança do padrão de vida dos mais necessitados.
Para evitar qualquer mal-entendido,
sublinhe-se que a única forma de sociedade socialista existente historicamente
de cunho democrático foi a social-democrata, que se afastou da violência
revolucionária, da subversão da democracia, defendeu a economia de mercado,
chegando a sustentar, na formulação de Eduard Bernstein e do velho Engels, as
sociedades por ações, capitalistas, equiparando-as a formas socialistas de
organização da economia.
Lá, onde o socialismo/comunismo se realizou,
a experiência foi atroz. A ex-União Soviética foi um exemplo de emprego da
violência não apenas para a conquista do poder, mas para a repressão
sistemática de toda a sociedade. Soviéticos eram nada mais do que servos do
Partido Comunista. Os resultados foram o apagamento das liberdades, os campos
de educação forçada, os Gulags, com todo o seu morticínio, e a fome produzida,
como o Holodomor na Ucrânia nos anos 1932-1933. A China de Mao seguiu o mesmo
caminho, eliminando 60 milhões de pessoas, disseminando a fome e a repressão.
No Camboja, os comunistas se superaram: eliminaram, com planejamento, 50% de
sua população, e foram celebrados, entre outros, por intelectuais franceses. A
lista é longa.
A Coreia do Norte é outro anacronismo
histórico, como exemplo de ditadura totalitária.
Mais perto de nós, temos a ditadura
comunista/castrista em Cuba, com repressão, fome, tortura e controle policial
de sua população, objeto de encanto da intelectualidade de esquerda no Brasil.
E, ao nosso lado, a experiência bolivariana. Eis a realização histórica da
Ideia de socialismo/comunismo.
Com o desmoronamento da União Soviética e a queda do Muro de Berlim, a palavra comunista perdeu o seu charme, tendo sido substituída pela de socialismo. A ditadura de Maduro e, antes dela, a de Chávez denominam-se precisamente de “socialismo do século 21”. Haja ignorância ideológica para sustentar tais posições. Contudo, há um fenômeno interessante aqui. Alguns chegam hoje a dizer, ao arrepio dos fatos e do bom senso, que o Estado bolivariano deformou ou se afastou da ideia ou do conceito de socialismo; e os mais arrojados chegam a sustentar que não se trata de socialismo. São os nostálgicos da ideia utópica de socialismo.
Ora, trata-se, ademais, de um erro
filosófico, pois a Ideia, nos dizeres de Hegel e Marx, é nada mais do que o seu
processo de realização, expondo em seu desenvolvimento a sua essência. Isto é,
a ideia de socialismo/comunismo é o seu processo histórico de efetuação. Ideia
sem seu processo, histórico, é uma mera abstração, carente de significado.
Sobra somente esta forma específica de fanatismo teológico/político.
Não deveria surpreender, por via de
consequência, que o governo Lula contemporize todo o tempo com o ditador
Maduro, tendo o presidente afirmado, no passado, que a Venezuela de Chávez
exemplificava um “excesso de democracia”. Estamos vendo o seu resultado, com a
violência escancarada. O PT nem esconde o seu apoio a Maduro e ao “socialismo”,
sendo nisso coerente com sua opção autoritária, antidemocrática. Em suas opções
liberticidas e antiocidentais, há também coerência na defesa da violência do
Hamas e de sua concepção totalitária, pregando a extinção do Estado de Israel.
A organização terrorista acaba de executar 6 reféns, com tiros a sangue-frio na
parte de trás de suas cabeças. Alguém viu ou ouviu alguma condenação do PT ou
da diplomacia lulista? Calam-se vergonhosamente, expondo sua verdadeira
natureza.
Agora, na comemoração do 7 de Setembro, propuseram, e depois recuaram, a participação do MST no desfile, com as Forças Armadas sendo obrigadas a baterem continência a esta organização revolucionária, socialista/comunista. O MST é fiel partidário de Maduro (afinal, defendem o “socialismo”). Desrespeita sistematicamente a propriedade privada, com uso de violência na invasão de terras em todo o País. Lula e os petistas amam o seu boné. Batem eles continência à violência, ao autoritarismo, ao apagamento das liberdades e à destruição da democracia. São “socialistas”.
Não adianta falar em Democracia e apoiar e votar em Bolsonaro, o presidente eleito com o voto e a campanha do colunista, mandatário defensor da tortura e que tentou golpear nossa Democracia.
ResponderExcluirO colunista não conhece o movimento MST.
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