Folha de S. Paulo
Prefeito tem vantagem pequena sobre
adversários, mas daria lavada no segundo turno
Ricardo Nunes (MDB) nunca
esteve muito à vista. Mas, em pequenas prestações, foi tomando o poder na
cidade de São Paulo e
pode ser de fato eleito prefeito. Tem apenas 27% dos votos, na prática empatado
com Guilherme
Boulos (PSOL),
com 25%, e pouco longe de Pablo Marçal (PRTB),
com 21%, um delinquente. Mas, em um segundo
turno, ganharia de lavada de Boulos e Marçal, diz o Datafolha. Isso
se não houver daquelas reviravoltas pândegas na véspera da eleição, cortesia
das redes insociáveis.
Nunes era meio incógnito. Talvez seja a sua
vocação, ainda mais eficaz em um país "polarizado". "Falem de
mim, mas não falem nada", deveria ser seu mote. Ainda em agosto, 36% dos
paulistanos diziam não conhecer o prefeito ou sabiam dele "só de ouvir
falar".
Seus eleitores são os menos animados com a própria escolha. Apenas 40% dizem que Nunes é o "candidato ideal", a menor taxa entre os cinco principais candidatos (outros 60% dizem votar nele por falta de opção). Ou seja, menos de 11% dos paulistanos acham que ele é o "candidato ideal". Não tem tu, vai tu mesmo.
Sintomaticamente, a rejeição a
Nunes, de 21%, é de longe a menor dos três candidatos que devem disputar vaga
no segundo turno: a de Boulos é 38%; a de Marçal, 48%. Meio
desconhecido, pouco rejeitado, Nunes é o picolé de chuchu da direita, sem gosto
e sem cheiro, como o dinheiro.
Em fevereiro, Nunes foi ao
comício de Jair Bolsonaro (PL) pela anistia dos golpistas, tentando
cavar o apoio do capitão das trevas. Mas ficou escondidinho. Nem dá para
afirmar que o prefeito seja um bolsonarista que não ousa dizer seu nome:
"Não me comprometam", diria com razão o homem invisível da política.
Enfim, seu vice na chapa, um ferrabrás da
direita, foi indicado por Bolsonaro. Para pagar a prestação do apoio, Nunes foi
também ao segundo comício da anistia dos golpistas, no 7 de Setembro.
Se pudesse, teria aparecido com um saco de pão na cabeça, como o Charlie Brown
dos velhos cartuns.
Em 2013, assumia seu primeiro mandato de
vereador paulistano. Em 2020, era candidato a vice-prefeito de São Paulo, na
chapa de Bruno Covas (PSDB), sabendo que seria prefeito precoce, já em
2021. Covas morreu
seis meses depois de tomar posse, aos 41 anos.
Até onde a memória e as estatísticas
confiáveis alcançam, a cidade jamais
teve tanto dinheiro para investimento, mas nem parece. Eram menos de
R$ 4 bilhões anuais, em média, no quadriênio pré-epidemia. Agora, mais de R$ 16
bilhões.
Muito
dinheiro vai para asfalto. A avenida Paulista, a um quilômetro da
minha casa, parece um piso de shopping. Dá para jogar futebol de botão (alguém
ainda joga?). Na semana passada, passei pela Vila Nova Cachoerinha e Jardim
Peri, saindo da cidade pela extrema zona norte, perto das montanhas da
Cantareira, um dos poucos lugares onde dá para ver que São Paulo acaba e é o
fim da picada. As favelas perto dos matos continuam as mesmas.
Talvez seja melhor fazer asfalto. Se fizesse
uns 30 CEUs na periferia, talvez notassem ainda menos a prefeitura do Nunes
—CEUs são umas escolas públicas incrementadas, criadas pelo governo petista
de Marta Suplicy (2001-2005).
As prefeituras de Mário Covas (1983-86) e
Luiza Erundina (1989-92) tentaram gastar o pouco dinheiro que tinham na
periferia. Não deu muito prestígio eleitoreiro.
Melhor se fingir de morto, um morto muito
vivo.
O Lula Chutando números de mortos de Israel no ataque de 7 de outubro pelos terroristas do Hamar Foi repreendido na hora da fala e teve que se corrigir Agora Depois de ter seu microfone cortado por estouro do tempo ficar 5 minutos gesticulando e falando pra ninguém ouvir Foi muito cômico um pagável parecia um velho gaga sem noção
ResponderExcluirMesmo com apoio da imensa maioria do jornalismo Tradicional de esquerda ao candidato da extrema esquerda Guilherme Boulos, ninguém ousa defendê-lo prefere atacar os adversários porque realmente sua candidatura e seu perfil político é indefensável mas como é o queridinho do Lula tem que apoiar mas vai perder feio o Lula sabido e malandro já está se afastando
ResponderExcluirNunes acaba levando esta.
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