O Globo
Medo de violência não poupa nem os vizinhos do governador na Barra da Tijuca
Na quarta-feira, torcedores do Peñarol aterrorizaram
a orla do Recreio à luz do dia. Os uruguaios saquearam lojas,
atacaram banhistas e agrediram moradores do bairro, que revidaram ateando fogo
a um ônibus de turismo. “Foi quase uma hora e meia de selvageria e vandalismo
praticamente sem repressão”, registrou o portal g1.
Depois que as imagens já haviam corrido o
país, o governador Cláudio Castro resolveu se manifestar nas redes sociais. Sem
intenção de fazer piada, escreveu: “O Rio não é lugar de baderna”. Pelo que se
viu nos últimos dias, teria sido melhor ficar calado.
Ontem um tiroteio interditou a Avenida Brasil, principal via expressa do Rio, por cerca de duas horas. Em pânico, homens, mulheres e crianças foram obrigados a rastejar no asfalto para escapar das balas. Três chefes de família não tiveram a mesma sorte. Paulo Roberto de Souza, motorista de aplicativo, Renato Oliveira, funcionário de um frigorífico, e Geneílson Ribeiro, motorista de caminhão, foram mortos. Todos com tiros na cabeça.
Depois de 12 horas em silêncio, Castro
reapareceu no Palácio Guanabara. Reclamou do Supremo, empurrou
responsabilidades para o governo federal e tentou justificar uma operação
desastrada, que terminou com policiais fugindo dos bandidos. “Infelizmente, tivemos
uma reação por parte do tráfico muito desproporcional”, balbuciou, como se
fosse possível esperar ética e razoabilidade de criminosos.
Mais que uma crise de segurança, o Rio vive
uma crise de autoridade. Refém da Assembleia Legislativa, o governador perdeu o
pouco controle que tinha sobre as polícias. Delegacias e batalhões voltaram a
ser loteados entre políticos. Deputados mandam nomear e demitir secretários.
Cada vez mais impopular, Castro é abandonado
até pelos aliados bolsonaristas. Às vésperas do primeiro turno, o candidato que
ele apoiava no Rio classificou sua gestão como “medíocre”. A humilhação foi
transmitida ao vivo, no debate de maior audiência na TV.
O sentimento de insegurança não poupa nem os
vizinhos do governador. Ontem o colunista
Ancelmo Gois informou que moradores do condomínio em que ele
mora, na Barra da Tijuca, fizeram abaixo-assinado em protesto contra os
assaltos diários e o “estado constante de medo”. A maior baderna do Rio é o
desgoverno de Castro.
Por 7 mandatos os cariocas elegeram Jair Bolsonaro, depois elegeram seu cupincha Witzel e este impagável Castro. O que posso fazer é deixar de incluir o RJ nos meus planos de viagens.
ResponderExcluirPerfeito.
ExcluirOs bandidos fizeram os policiais fugirem,um toque de comédia numa grande tragédia.
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