Correio Braziliense
O trabalho infantil rouba a infância e a
dignidade, perpetua o ciclo de pobreza. É uma lástima para nosso país estar
ainda tão longe de erradicar esse mal
Um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), o de número 8, versa
sobre "Trabalho decente e crescimento econômico". A meta, assumida
pelos 193 países-membros da entidade, é "promover o crescimento econômico
inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho digno para
todos". O tópico 8.7 desse ODS destaca o compromisso de acabar com o
trabalho infantil em todas as suas formas até 2025.
O Brasil é um dos signatários do documento, mas, com 2025 às portas, estamos longe de cumprir o pacto. Verdade que, no ano passado, o país reduziu em 4,2% o número de crianças e adolescentes no trabalho infantil, como mostrou pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o menor patamar desde 2016, quando teve início a coleta de dados a respeito do tema. Mesmo assim, ainda há cerca de 1,6 milhão de meninas e meninos, de 5 a 17 anos, que enfrentam uma labuta diária.
Também segundo a pesquisa, uma em cada cinco
crianças e adolescentes trabalhava 40 horas ou mais por semana. E 586 mil deles
exerciam, no ano passado, as piores formas de trabalho infantil, relacionadas
na Lista TIP — que inclui 93 atividades prejudiciais à saúde e à segurança.
Eles são explorados, por exemplo, em
canaviais, olarias, carvoarias, matadouros. Assumem funções arriscadas e
pesadas para a idade deles, estão sujeitos a mutilações, a adoecerem, a terem o
desenvolvimento prejudicado. O trabalho doméstico, naturalizado no país, também
é uma ameaça. Além de jornadas longas e exaustivas, eles ficam sujeitos a todo
tipo de abuso, inclusive sexual.
O trabalho rouba a infância e a dignidade,
perpetua o ciclo de pobreza. Mesmo estudante, a criança ou adolescente nessa
situação terá defasagem escolar. Assim, restará para eles empregos precários na
idade adulta.
A secretária-executiva do Fórum Nacional de
Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, Katerina Volcov, enfatizou que,
para combater esse problema grave, "são necessárias mudanças na
legislação, participação mais efetiva e articulada entre ministérios e
investimentos nas políticas públicas e nas ações de fiscalização".
Proteger crianças e adolescentes deveria ser
prioridade das autoridades públicas, das famílias, de toda a sociedade. É uma
lástima para nosso país estar ainda tão longe de erradicar esse mal.
Alguns estados brasileiros desde a entrada do século 21 as elites começaram a devolver os Feudos aos herdeiros das propriedades distribuidas pela igreja católica, fortalecendo aos burgueses no escoamento da produção agrícola que vem conseguindo Créditos de Carbono dando valor a outros tipos de monetização como se estivéssemos voltado ao período renascentista e quem viver verá!
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