Valor Econômico
PL administrará capitais (4) pela primeira vez desde a fundação da sigla, além de ter ficado em 5º em número de prefeitos eleitos
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto,
afirmou ao Valor que
o resultado das eleições revela que o partido construiu uma base forte para a
sucessão presidencial de 2026 porque conquistou o maior número de votos nos
municípios. Ele negou que o ex-presidente Jair Bolsonaro tenha perdido capital
político, e garantiu que o ex-mandatário será o presidenciável da sigla, pela
convicção de que o Congresso aprovará uma anistia para reverter a sua
inelegibilidade.
Bolsonaro está inelegível até 2030 por abuso
de poder político na reunião com embaixadores em que fez afirmações falsas
contra as urnas eletrônicas e, também, pelo uso eleitoral das comemorações do
Dia da Independência em 2022.
O PL elegeu 516 prefeitos, sendo quatro de capitais: Cuiabá (MT), Aracaju (SE), Maceió (AL) e Rio Branco (AC). Falava em uma meta de mil prefeituras. Mas será a primeira vez, desde a fundação da sigla, que o PL vai administrar capitais.
Além disso, o partido ficou em quinto lugar
em número de gestores municipais, atrás de PSD, MDB, PP e União Brasil. No
entanto, saiu em primeiro lugar em número total de votos para prefeitos, com a
adesão de mais de 19,9 milhões de eleitores, seguido do MDB, com 19,2 milhões
de apoiamentos.
O PL ainda ficou em terceiro lugar em número
de governados, porque vai administrar cidades com uma população geral de 19
milhões, segundo levantamento do Valor
Data. O MDB, que administrará São Paulo por mais quatro anos,
vai governar, no cômputo geral, mais de 27,7 milhões de eleitores, enquanto o
PSD, que elegeu o maior número de prefeitos, vai gerir cidades com uma
população de mais de 27,6 milhões de votantes.
O PL ainda elegeu o maior número de
vereadores em capitais: foram 96, à frente de PSD, com 73, e de MDB, com 69. É
com base nesses resultados que Costa Neto minimizou as derrotas nessa segunda
rodada: das 22 cidades onde o partido foi para o confronto final, venceu apenas
em seis, sendo duas capitais: Cuiabá e Aracaju. E saiu vitorioso em grandes
cidades estratégicas, como Guarulhos e São José do Rio Preto, em São Paulo,
Canoas (RS) e Anápolis (GO).
Costa Neto ponderou que apesar de ter eleito
887 prefeitos, o PSD optou por um caminho que não seria a escolha do PL,
voltado para municípios com populações pequenas, de 2 mil a 5 mil eleitores.
Alegou que o PL priorizou cidades maiores, enquanto o PSD “quis fazer volume”.
O dirigente do PL também relativizou as
derrotas nos demais municípios e rechaçou que Bolsonaro tenha perdido fôlego
como cabo eleitoral. Na última semana de campanha, o ex-presidente participou
de comícios e caminhadas em Belém e Santarém, no Pará, em Palmas (TO) e Goiânia
(GO), mas o PL amargou derrotas em todos esses locais.
Segundo Costa Neto, foi justamente para
tentar evitar esses revezes que o PL pediu que Bolsonaro visitasse esses
locais, mas esse esforço acabou frustrado. O presidente do PL atribuiu o
resultado em Belém, por exemplo, à força da máquina estadual liderada pelo
governador Helder Barbalho (MDB), que elegeu o seu candidato, o emedebista Igor
Normando.
O dirigente do PL também minimizou o revés
para o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), em Goiânia (GO), invocando,
igualmente, o peso da máquina estadual. Argumentou que o candidato Fred
Rodrigues (PL), deputado estadual mais votado em 2022, foi um nome pouco
trabalhado pelo partido, e ainda assim, teve um bom desempenho, porque aparecia
em terceiro lugar nas primeiras pesquisas, atrás do PT e do União.
Ele se disse surpreso, apenas, com a derrota
em Palmas, porque a candidata do PL, Janad Valcari, liderou as pesquisas nos
dois turnos da campanha.
O presidente do PL afirmou que Bolsonaro teve
um papel fundamental no crescimento do partido nessa eleição. Foram 172
prefeituras a mais em relação a 2020, quando o partido havia conquistado 344
municípios. Também relembrou que, pela força eleitoral do ex-presidente em
2022, o PL elegeu a maior bancada de deputados federais e oito senadores.
Por isso, diante desse resultado, ele negou
que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seja o
“plano B” do PL para a sucessão presidencial em 2026. “Nosso candidato é o
Bolsonaro, e vamos lutar até o fim”, ressaltou. “Se ele não for declarado
elegível [pela Justiça], será pela anistia [no Congresso]”, completou.
Na segunda-feira (28), Costa Neto tinha
reunião prevista com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para reforçar
o pleito do partido para que o projeto de lei (PL) que concede anistia aos
envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 seja levado à pauta do
plenário ainda neste ano.
A proposta abre caminho para a eventual
anistia a Bolsonaro. O PL, que tem a maior bancada da Casa, condicionou o
alinhamento à candidatura à presidência da Câmara do líder do Republicanos,
deputado Hugo Motta (PB), - apoiado por Lira - ao compromisso em pautar o PL da
anistia.
Agora que o PL elegeu mais de 500 prefeitos, será que Bolsonaro já acredita nas urnas eletrônicas???
ResponderExcluirEm Canoas, o prefeito eleito do PL foi filmado distribuindo maços de dinheiro que tirava da calça...
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