Folha de S. Paulo
A habitual divisão de grupos na esquerda
agora também toma conta da direita
Brigas internas e divisões entre partidos
sempre foram características da esquerda. Isso deu origem ao termo
"esquerdas", falado como se houvesse mais de um lado esquerdo a se
contrapor ao flanco direito.
Pois agora já se pode atualizar a imprecisão e permitir referência a "direitas". Junto à perda de inibição dessa banda em dizer seu nome em voz alta, surge nesse espectro ideológico o elemento da divisão.
Hoje não é mais possível juntar todos sob a
denominação de "bolsonaristas". Jair
Bolsonaro (PL) tirou esse pessoal do
armário, mas nem por isso ficou dono de toda a mobília da casa.
As "esquerdas" se abrigam sob a
marquise de Luiz Inácio Lula da
Silva (PT),
mas as "direitas" não se mostram confortáveis todas só ao abrigo do
guarda-chuva do ex-presidente, hoje um inelegível à
procura de anistia.
Na contestação à liderança de Bolsonaro
temos, ao contrário do que ocorre com a esquerda em sua submissão ao petista,
brigas de gente grande por esse eleitorado.
Na esfera caricata, Pablo Marçal (PRTB),
candidato a prefeito de São Paulo. Fora do contexto circense, uma penca de
governadores se apresenta como possibilidades à disputa em 2026. Ronaldo
Caiado (União Brasil), de Goiás, e Tarcísio de
Freitas (Republicanos), de São Paulo, e outros três ou quatro
menos considerados/votados.
Na briga interna, certo de que o PT não é
páreo muito perigoso na corrida pela conquista de prefeituras, o PL deixa Lula
de lado e se volta contra o PSD de Gilberto
Kassab, homem forte de Tarcísio.
São, por enquanto, quatro os embates entre
eles. Além da corrida por prefeituras há as divergências em torno da
presidência da Câmara dos Deputados, das propostas de impeachment do ministro
do STF Alexandre de Moraes e da ofensiva por anistia aos condenados do 8 de
janeiro.
Nos palanques, principalmente digitais,
Caiado vira "covarde", Tarcísio de Freitas um inadmissível moderado e
o inelegível Bolsonaro um rendido ao "sistema".
A sorte das "direitas" é que as
"esquerdas" vivem de um passado que já passou.
Saudade dos coxinhas e mortadelas,rs.
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